Foi Bonita A Festa Que A Dave Matthews Band Nos Trouxe

Reportagem de Ana Filipa Correia (texto) e Tânia Fernandes (fotografia)

Dave Matthews Band
Dave Matthews Band

Estava previsto começar às 20h00 e durar 90 minutos. Começou às 20h20 e durou mais de duas horas e meia. O primeiro ponto não tem importância nenhuma, o segundo foi uma excelente surpresa. Bem, nem assim tanta surpresa, porque a Dave Matthews Band já nos habituou a concertos longos. 

O desta noite, na Altice Arena, em Lisboa, encerra a digressão europeia da Dave Matthews Band, que começou a 6 de março em Munique. Como Dave Matthews disse durante o concerto: “da última vez que estivemos nesta parte do mundo, aqui foi o primeiro, da próxima vez dissemos que seria o fim”.

É ao som de cânticos que usualmente associamos ao futebol que a banda de Dave Matthews sobe ao palco para arrancar com toda a energia com “Grey Street”.

Dave Matthews Band
Dave Matthews Band

“Do you remember”, do último álbum Come Tomorrow leva-nos a um ritmo mais lento ao qual se seguem “Stand up (for it)” e “Funny the way it is”. A noite toda vai ser assim: uma roda viva entre canções que começam mais lentas para logo crescerem e se desenvolverem em ritmos alucinantes. “Stay or leave” começa assim. “What would you say” continua. 

Dave anuncia que vão tocar algumas músicas mais antigas, outras novas. Espera que esteja bem para nós. “Can’t Stop” é um dos casos de músicas novas, mais uma do último álbum. Apesar de se notar alguma acalmia do público nestas ocasiões, este não deixa de aplaudir entusiasticamente, em resposta ao mesmo entusiasmo que se assiste em palco. 

Entre cânticos do público, ritmos de bateria e luzes sincronizadas, luzes azuis, vermelhas, luzes rosas, amarelas, brancas, numa coreografia sincronizada à qual se junta uma guitarra, tudo terminando em “Gravedigger”, logo seguido de “You might die trying”.

Dave e a sua guitarra levam-nos de volta ao presente com mais uma das recentes canções – “Here on out”. Segue-se a cover do conhecido êxito de Peter Gabriel, “Sledgehammer” e novo retorno a Come Tomorrow com “Samurai cop (oh joy begin)”. 

É por esta altura que se junta à banda um amigo do Rio de Janeiro, Carlos Malta, que com as suas flautas faz parceria em 3 ou 4 músicas. Em “Dancing Nancies” é-lhe dado todo o espaço para brilhar, parece que cada músico fez-se ao seu caminho, para se encontrarem todos num cruzamento mais à frente e é na alegria desse reencontro, que a música cresce e enche todo o espaço até que, sem intervalo, se começam a ouvir os acordes de “Warehouse”

Com “Jimmi Thing” assistimos a uma conversa: uma guitarra conversa com um piano, uma guitarra conversa com outra guitarra, as músicas não se contêm no espaço que para elas foi determinado, parecem o coelhinho daquele anúncio de pilhas: e duram, e duram….

Há tempo para a cover de “Fly Like an Eagle” de Steve Miller Band e o magnífico Louisiana Bay. O final (?), se calhar mais de metade desta música foi um despique entre a guitarra e as teclas que foi capaz de nos tirar o fôlego. O qual tivemos que recuperar rapidamente para entoar “Everyday” que começa com apenas com Dave e a sua guitarra. A voz indica o caminho à bateria, há um trompete que se junta e de repente já há outra festa a decorrer em palco. Espero que eles se divirtam tanto como dão a entender. “Ants marching” encerra o concerto. Pelo menos, até ao previsível e muito desejado encore. 

O Encore

O encore traz-nos “Some Devil” e a cover de “All Along the Watchtower”, de Bob Dylan. Dave agradece-nos a generosidade – aliás agradece várias vezes durante a noite, muitas vezes em português. No final, pega no telemóvel de um espetador e tira uma selfie. O derradeiro presente de quem deu tudo durante mais de duas horas e meia de espetáculo. 

A Dave Matthews Band fez uma festa na Altice Arena. E nós fomos convidados para ela. E foi muito bom. Muito obrigada, voltem sempre, cá estaremos para vos receber de braços abertos. 

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