FIMFA Lx Regressa A Lisboa Em Maio

A 19ª edição do FIMFA Lx – Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas regressa a Lisboa, de 9 a 26 de maio de 2019.

Ao longo de 18 dias, será possível assistir a mais de 20 espetáculos de companhias de 12 países, incluindo Portugal, Alemanha, Dinamarca, EUA, França, Irão, Moçambique e Reino Unido. Castelo de São Jorge, Teatro São Luiz, Teatro Nacional D. Maria II, LU.CA, Museu de Lisboa – Palácio Pimenta, Teatro da Trindade, Teatro do Bairro, Teatro Taborda, Museu Nacional do Teatro e da Dança e Cinemateca Portuguesa, são os palcos escolhidos para a 19.ª edição do festival.

“A marioneta é uma arte híbrida e sem fronteiras, que permite aos criadores desenvolver diversas linguagens, a partir das relações entre o corpo, o objeto e a imagem, com espetáculos em que a música, o teatro, a dança, as artes plásticas e a tecnologia se misturam”, lê-se em comunicado.

A abertura do FIMFA Lx19 acontece no Castelo de São Jorge, a 9 de maio, com a estreia das Marionetas Gigantes de Moçambique (pelas 19h00, com uma duração aproximada de 30 minutos, sendo para todas as idades); os Nudes, da companhia inglesa Natural Theatre Company (entre as 19h00 e as 21h00, sendo para mais de 7 anos); e o Micro-Shakespeare, da companhia Laitrum Teatre, que apresenta cinco monumentais obras de Shakespeare em peças de 8 minutos…para cinco teatros em miniatura, concebidos como pequenas obras de arte (entre as 18h00 e as 21h00, sendo para mais de 7 anos).

O Teatro do Bairro recebe a companhia dinamarquesa Teatret Gruppe 38, com Hans Christian, you Must Be An Angel (nos dias 10 e 11 de maio, pelas 20h00; e dia 12 de maio, pelas 18h00, com duração de 50 minutos), um espetáculo-instalação que leva as famílias numa viagem pelo universo de Hans Christian Andersen, com direito a um jantar teatral em sua honra. O grupo Plexus Polaire leva ao mesmo palco a peça Chambre Noire (nos dias 17 e 18 de maio, pelas 21h30; e no dia 19 de maio, pelas 19h00, com duração de 60 minutos e para mais de 16 anos), um trabalho aclamado pela crítica internacional, que aborda o universo da mulher que disparou contra Andy Warhol, sem o conseguir matar.

No São Luiz Teatro Municipal, a companhia finlandesa de teatro visual Livsmedlet Theatre leva ao palco Invisible Lands (nos dias 21, 22 e 24 de maio, pelas 19h00, com duração de 50 minutos e para +12 anos), um encontro único entre teatro de marionetas e coreografia e onde o corpo humano é transformado em paisagens para personagens em miniatura. Integrado no FIMFA, mas a propósito dos 125 anos do teatro, é apresentada a ópera A Filha do Tambor-Mor, de Jacques Offenbach, com direção musical e de orquestra de Cesário Costa (entre os dias 22 e 25 de maio, pelas 21h00; e dia 26 de maio, pelas 17h30).

No Teatro Nacional D. Maria II, o festival prossegue com Flight No. 745, uma reconstrução poética da companhia iraniana Poupee Theatre sobre a história de uma mulher que fugiu do seu país durante a guerra Irão-Iraque. A estória é contada com maquetes e marionetas em miniatura, filmadas pelos manipuladores e projetadas ao vivo num ecrã (nos dias 24 e 26 de maio, pelas 21h30; e no dia 26 de maio, pelas 16h30, para +12 anos e com uma duração de 45 minutos).

O Museu de Lisboa – Palácio Pimenta também está na lista e recebe os ingleses Whaley Range All Stars com Ye Gods, que mostram uma cidade de cinco metros de diâmetro, uma instalação visual e sonora realista (nos dias 11 e 12 de maio, às 11h00 e às 16h00, com duração de 30 minutos e para crianças com mais de 4 anos).

E como o FIMFA também foi feito a pensar nos mais novos, o LU.CA – Teatro Luís de Camões não ficou de fora. A programação inclui uma caravana estacionada à porta do teatro onde as famílias poderão ver Avion Paper, dos franceses La Méandre (nos dias 18, 19, 25 e 26 de maio, com duração de 20 minutos, sendo para crianças com mais de 3 anos), um cine-concerto com um músico-ator, instalações visuais e sonoras e personagens que fogem do ecrã. A saga continua com a inglesa Colette Sadler e o seu espectáculo We Are The Monsters (no dia 18 de maio, pelas 16h30; e no dia 19 de maio, às 11h30 e às 16h30, com duração de 35 minutos e +ara mais de 4 anos), uma viagem através do mundo dos monstros, que ganham formas estranhas em palco – caem, rolam no chão e saltam.

O Festival é ainda o momento para a troca de experiências entre criadores, para além de um conjunto de atividades complementares, como a exibição de filmes, conferências, encontro com os criadores e workshops.

Nesta ocasião, Luís Vieira e Rute Ribeiro, a direção artística do FIMFA e d’ A Tarumba – Teatro de Marionetas, anunciam também o Prémio de Mérito Cultural Henrique Delgado, que tem um caráter bianual e pretende prestar reconhecimento a personalidades, estruturas ou instituições, que tenham desenvolvido um trabalho determinante para o reconhecimento das artes da marioneta, contribuindo para o seu conhecimento, aperfeiçoamento e visibilidade, incluindo-se o seu caráter mais abrangente, na sua relação interdisciplinar com outros universos da criação artística, como o cinema, as artes plásticas, a dança, a arte numérica ou o teatro.

No panorama da história do teatro de marionetas em Portugal, o investigador Henrique Delgado (1938-1971) é uma figura incontornável. Os seus artigos foram muito importantes e são uma verdadeira referência, uma vez que, sem o seu trabalho, ter-se-ia perdido para sempre um conjunto de informações fundamentais para a análise do teatro de marionetas português. O seu trabalho foi publicado em diversas revistas e jornais nacionais e estrangeiros, o que também permitiu a divulgação internacional do teatro de marionetas português, à época muito pouco conhecido. Infelizmente, a sua morte prematura impediu a continuação deste trabalho.

Esta iniciativa permite promover e encorajar a investigação e divulgação das artes da marioneta, possibilitando aos laureados a edição de uma publicação bilingue (português-inglês) ou o apoio a um projeto de investigação.

A 19ª edição do FIMFA Lx é um projeto d’ A Tarumba – Teatro de Marionetas, com direção artística de Luís Vieira e Rute Ribeiro.

Autor:Texto de Ana Francisca Bragança
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