A mistura de culturas é muito evidente ao longo da sessão. Ainda que predominem os samurais, dragões e lanternas chinesas, há ritmos tribais africanos, ouve-se tango numa acrobacia aérea mas também coexiste a pop frenética a acompanhar as malabaristas de terra que manobram o diablo, com uma destreza exímia. É este o universo do Cirque du Soleil, casa de múltiplas nações, onde há lugar de destaque para todos.
Malabaristas, trapezistas e acrobatas fazem-nos suster a respiração, recuperada pelas múltiplas intervenções dos palhaços que são os mestres de cerimónia deste evento. Na linha dos palhaços italianos da Commedia dell’arte, fazem rir a plateia, numa espécie de improviso constante que culmina num hilariante um exercício de reflexão sobre o próprio espetáculo, com uma sequência de imitações algo desastrosas dos números apresentados.
Há números que vale mesmo a pena não perder, não só pela exigência física que implicam como pela imagem visual que transmitem: o Bamboo Pole, com acrobacias em varas de bamboo; o número de Trampolins combinado com o trabalho em parede vertical, em que os elementos Água e Fogo se confrontam, sendo apaziguados pela Terra e o Ar; o Skipping, ato que encerra o espetáculo, com os acrobatas a saltar à corda, em pirâmide humana que chega a ter três níveis.
Dralion é o regresso do Cirque du Soleil a Portugal, que já por cá apresentou Delirium, Quidam, Alegria, Varekai e Saltimbanco. O espetáculo pode ser visto no Meo Arena até ao próximo dia 12 de janeiro às 21h30, dias 4, 5 e 11 também às 18h00 e dia 12 só às 18h00. Os bilhetes encontram-se à venda nos locais habituais e custam entre 37 e 70 euros.