Cirque Du Soleil Põe Lisboa A Sambar Com OVO

Reportagem de Tânia Fernandes (texto) e António Silva (fotografia)

Cirque du Soleil
OVO - Cirque du Soleil

Chegou ontem, a Lisboa, mais uma produção do Cirque du Soleil. OVO é vibrante, cheio de cor e traz o ritmo caloroso do samba brasileiro.

Este é mais um dos espetáculos do catálogo da companhia de Montreal, Canadá, que veio dar nova vida à arte circense. Há linhas de qualidade garantidas nesta arena: em primeiro lugar, o talento dos artistas, figuras anónimas neste plateau. Ofuscam o seu protagonismo, em favor de um nome coletivo, reconhecido mundialmente, mas cada um deles é absolutamente excecional no que faz. Tanto na conceção técnica dos números, como na sua execução. Ao ponto de, aos olhos de quem assiste, até parecer fácil…

A outra vertente que distingue estes espetáculos é a sua grandiosa produção. OVO corresponde também aos patamares de excelência a que o Cirque du Soleil nos tem habituado. Coloca-nos no meio de um ecossistema, a uma escala micro em que ficamos com os insetos como pares. E como é a vida no meio da natureza? Repleta de cor, energia e movimento.

Há três personagens que nos acompanham ao longo da sessão: Uma grandiosa Joaninha, que facilmente conquista a simpatia do público. É a princesa desta história, que começa sozinha e aguarda secretamente que algo de maravilhoso, como o “amor” chegue à sua vida. Mas o que vem abalar o dia-a-dia desta comunidade é a chegada de um Ovo, carregado por uma estranha Mosca. Este personagem masculino emana a sua dose de loucura e juntamente com o Mestre Flipo, o líder destes insetos, entretêm o público, com as suas rábulas entre números. Flipo é um gafanhoto excêntrico, respeitado pelo grupo. Quem assiste nas primeiras filas, pode contar com momentos de interação com estes três personagens.

Escrito e dirigido pela brasileira Deborah Colker, OVO é envolvido no ambiente quente da música brasileira. A direção musical, de Berna Ceppas combina sons da bossa nova, com samba e funk. A percussão brasileira é constante em todo o espetáculo, com uma ou outra pandeireta a fazer o corpo vibrar ainda mais. Quase todos os espetáculos do Cirque du Soleil têm uma banda a tocar ao vivo. Neste caso, é mesmo evidente que são os músicos que acompanham o espetáculo, com a introdução de muitos sons da natureza, em momentos cruciais, de forma a intensificar a sensação de imersão.

O guarda roupa de OVO foi desenhado por Liz Vandal. Os artistas transformam-se numa espécie de super-heróis. Há fatos mais fieis às formas anatómicas dos insetos, que permitem uma identificação imediata, outros mais futuristas, que metamorfoseiam os artistas numa espécie de guerreiros do apocalipse. Outros, conjugados com os elegantes movimentos, tornam os números quase poéticos, como é o caso das transparências no fato da libelinha.

Há atuações verdadeiramente surpreendentes, como é o caso da aranha que desafia as leis da física e da gravidade ao movimentar-se no arame, outros hilariantes, como o número de abertura, das formigas, que “brincam” de forma incrível com a fruta que recolhem: os kiwis e o milho rodopiam nos seus pés de forma ritmada e sincronizada. Assistimos ao libertar das borboletas do casulo e admiramos a beleza do seu bailado aéreo.

Há atuações mais intensas, como a dos escaravelhos que, agrupados em três colunas elevadas, fazem voar elementos, entre si. E outras que apelam mais à emoção e pedem aplausos, como é o caso do pirilampo que domina vários diabolos em simultâneo, sem piscar olhos. O último número de OVO é absolutamente extraordinário. Combina trampolins com tumbling e escalada, numa coordenação total de força e capacidade física.

Estreado em abril de 2009, em Montreal, OVO é a 25ª produção do Cirque du Soleil. Já visitou mais de trinta cidades, em seis países diferentes. A equipa é internacional e reúne membros de 17 nacionalidades.

OVO – Cirque du Soleil

O espetáculo é adequado a todas as idades. Reúna a família e torne-se cúmplice desta comunidade de insetos!

OVO está em cena na Altice Arena até ao dia 13 de janeiro, com as seguintes sessões:
4, 5, 11 e 12 janeiro – sessões às 18h00 e 21h30
6 e 13 janeiro – sessões às 14h30 e 18h00
8, 9, 10  janeiro – sessão às 21h30

Os bilhetes encontram-se à venda nos locais habituais e custam entre 37,53 e 74,11 euros.

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