Centenário Do Teatro São João Celebra-se Até Março De 2021

A nova temporada do Teatro Nacional São João (TNSJ) arrancou no passado dia 6 de agosto, com uma programação que celebra o centenário do Teatro e contempla 15 estreias, três produções próprias, quatro produções internacionais e mais de duas dezenas de coproduções.

Nota para a estreia de um espetáculo de Franck Castorf e os espetáculos encenados por Ricardo Pais, responsável pela direção do TNSJ durante 12 anos; Nuno Carinhas, diretor artístico entre 2009 1 2018 e Nuno Cardoso, diretor artístico desde 2019.

O arranque da temporada, no dia 6 de agosto, fez-se com a estreia de O Burguês Fidalgo, a partir de Molière, uma coprodução da companhia Teatro da Palminha Dentada e TNSJ. A peça sobe ao palco do Teatro Carlos Alberto (TeCA) até ao dia 23 de agosto.

A produção Castro, de António Ferreira, com encenação de Nuno Cardoso, pode ser vista no TNSJ, entre 20 de agosto e 12 de setembro. A peça estreou no Teatro Aveirense e segue, para uma longa temporada, para Coimbra, Braga, Lisboa e Luxemburgo.

Para ver no TeCA, de 3 a 6 de setembro, a estreia de 20.20, com direção artística de André Braga & Cláudia Figueiredo, uma coprodução Circolando, São Luiz Teatro Municipal, CMA/Teatro Aveirense e TNSJ, que celebra as duas décadas de existência da companhia Circolando. Segue-se, de 16 a 19 de setembro, a estreia de A.N.T.Í.G.O.N.A, de Sófocles, uma coprodução Teatro Experimental do Porto e TNSJ, com direção artística de Gonçalo Amorim.

Entre 17 e 19 de setembro, sobe aos palcos do Teatro Municipal do Porto – Rivoli e do TNSJ, a peça A Vida Vai Engolir-vos, uma adaptação de quatro das peças de Anton Tchékhov, com direção artística de Tónan Quitoco. Uma produção HomemBala, São Luiz Teatro Municipal, Teatro Nacional D. Maria II, Teatro Municipal do Porto e TNSJ.

Ainda em setembro, de 25 e 27, o TeCA acolhe Festival, com direção de Jorge Andrade. Uma coprodução mala voadora, Centro Cultural de Belém, Centro Cultural Vila Flor

Para ver no Mosteiro de São Bento da Vitória (MSBV), entre 29 de setembro e 1 de outubro, Heads Up, com texto e interpretação de Kieran Hurley.

Em outubro, o TeCA acolhe a estreia de Off, com texto de Chris Thorp e direção de Jorge Andrade. Uma coprodução mala voadora, Teatro Nacional D. Maria II e TNSJ.

Entre 1 e 11 de outubro, sobe ao palco do TNSJ, em estreia a Comédia de Bastidores, de Alan Ayckbourn, com encenação de Nuno Carinhas e João Cardoso, numa coprodução ASSéDIO e TNSJ. Partindo do autor anglófono mais representado em todo o mundo, Alan Ayckbourn, e recuperando a tradução de Paulo Eduardo Carvalho, de 1997, o espetáculo ganha agora uma segunda vida no Porto.

No âmbito do Festival Internacional de Marionetas do Porto, o TeCA apresenta, nos dias 9 e 10 de outubro, KAMP, com criação e interpretação de Herman Helle, Pauline Kalker, Arlène Hoornweg. O espetáculo da companhia Hotel Modern propõe uma viagem pelo quotidiano do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau. No dia 12 de outubro, Lições de Voo, com encenação de Isabel Barros, numa coprodução do Teatro de Marionetas do Porto, Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery.

Nos dias 17 e 18 de outubro, para ver no TeCA, a produção da Companhia de Teatro de Almada, Mártir, de Marius von Mayenburg, com encenação de Rodrigo Francisco. Segue-se de 22 a 25 de outubro, a estreia de Folle Époque, com conceção e direção de Silly Season–Cátia Tomé, Ivo Saraiva e Silva, Ricardo Teixeira. Uma coprodução de SillySeason, Centro Cultural de Belém e TNSJ.

O Balcão, de Jean Genet, com encenação de Nuno Cardoso, apresenta-se no TNSJ entre 4 e 21 de novembro.

O TeCA acolhe, em novembro, a estreia de Língua, uma criação de Cátia Pinheiro e José Nunes, numa coprodução Estrutura, São Luiz Teatro Municipal e TNSJ, entre 5 e 8; de 12 a 15, A Morte de Raquel, texto e encenação de Raquel Castro, numa coprodução Barba Azul, São Luiz Teatro Municipal e TNSJ e ainda de 26 a 29, três espetáculos de A Turma, Alma, Airbnb e Nuvens e Wake up.

De 18 a 29 de novembro, o TNSJ, TeCA e MSBV acolhem os solos de Mónica Calle Este é o Meu Corpo, uma coprodução Casa Conveniente, Zona Não Vigiada, São Luiz Teatro Municipal e TNSJ.

Em dezembro, o TNSJ apresenta Talvez… Monsanto, um espetáculo de Ricardo Pais, com coprodução Câmara Municipal de Viseu e TNSJ. Para ver entre 3 e 5 de dezembro, «esta “coreografia” de sinais, gestos, imagens e sons, que representa a imensa tristeza e ao mesmo tempo alegria de ser português, resulta de uma expedição pela aldeia histórica da beira». Seguem-se, de 11 a 13, os espetáculos dos Clubes de Teatro Sub-88 e Sub-18, com direção artística de Nuno Cardoso, Once Upon a Time…. Nos dias 17 e 18, Bajazet, considerando o Teatro e a Peste, propõe um teatro da palavra a partir dos textos de Jean Racine e Antonin Artaud, com encenação de Frank Castorf, histórico diretor do teatro Volksbühne, em Berlim.

O TeCA acolhe, de 10 a 13 de dezembro, a estreia de Festa de 15 Anos, com texto e encenação de Mickaël de Oliveira. Um coprodução Colectivo 84, Madame Teatro (Belo Horizonte, Brasil), Centro Cultural Vila Flor, Centro de Arte de Ovar, Cine-Teatro Louletano e TNSJ. Segue-se, nos dias 18 e 19, A Criada Zerlina, a partir de Hermann Brochen, com encenação de João Botelho, numa coprodução Centro Cultural de Belém e Culturproject.

Em 2021, de 7 a 16 de janeiro, o TeCA apresenta, em estreia As Três Irmãs de Anton Tchékhov, com conceção e direção de Carlos Pimenta, numa coprodução Ensemble – Sociedade de Actores e TNSJ. Entre 27 e 31, “Diziam que do outro lado havia um caminho que cortava o tempo da demanda em dois”, com direção e dramaturgia de Ana Vitorino, Carlos Costa, João Martins, numa coprodução Visões Úteis, Teatro Municipal de Vila Real e TNSJ.

Já o TNSJ acolhe, nos dias 8 e 9, Qui a Tué Mon Père, texto de Édouard Louis. uma história biográfica de um pai, com base nas turbulentas memórias de infância de um filho. O espetáculo conta com interpretação e encenação de Stanislas Nordey, diretor do Théâtre National de Strasbourg.

O ciclo Dancem! regressa em janeiro de 2021 e congrega três espetáculos: nos dias 21 e 22, Sons Mentirosos, com direção e coreografia de Sofia Dias e Vítor Roriz, uma paisagem sonora falsa, mas que parece natural, é criada por um foley, um artista para quem os sons são matéria moldável; nos dias 15 e 16, a estreia de Neve Paisagens, Máquinas e Animais, com direção e coreografia de Né Barros, numa pesquisa recorrente em torno da paisagem e do corpo e nos dias 23 e 24, Autópsia, com direção de Olga Roriz, com «interiorização nos solos iniciais dos seus intérpretes toda a dor causada por mão humana inscrita em seis paisagens do planeta (Chernobyl ou a ameaçada Antártida, por exemplo)».

De 4 a 14 de fevereiro sobe ao palco do TNSJ, em estreia, a peça Tartufo, de Molière, com encenação de Carlos J. Pessoa, numa coprodução Teatro da Garagem e TNSJ. De 17 a 20, nota para o Festival Antena 2, uma organização da Antena 2 em parceria com o TNSJ

O TeCA apresenta no dia 5 de fevereiro, É Pró Menino e Prá Menina, com encenação de Catarina Requeijo; de 11 a 20, Catarina e a Beleza de Matar Fascistas, com texto e encenação de Tiago Rodrigues e produção Teatro Nacional D. Maria II e de 24 a 28, Fake, com encenação de Miguel Fragata, numa coprodução Formiga Atómica, Teatro Nacional D. Maria II, Cine-Teatro Louletano e TNSJ.

Em março, de 4 a 6, sobe ao palco do TeCA, Válvula, uma criação de António Jorge Gonçalves e Flávio Almada. Com produção Culturproject e de 11 a 27, Morte de um Caixeiro Viajante, de Arthur Miller, com encenação de Jorge Silva Melo.

A produção À Espera de Godot, de Samuel Beckett, com encenação de Gábor Tompa, sobe ao palco do TNSJ entre 7 e 27 de março de 2021, Dia Mundial do Teatro.
Nos dias 7 e 9 de março, o Salão Nobre do TNSJ acolhe Kastro Kriola, de Caplan Neves, a partir de Castro, de António Ferreira, com encenação de Nuno Cardoso. O projeto culmina uma residência artística de artistas e técnicos cabo-verdianos no TNSJ, em trabalho estreito com Nuno Cardoso e a equipa do São João.

Nota ainda para As Leituras, Clubes de Teatro e Oficinas promovidas pelo TNSJ, bem como a exposição sobre os seus 100 anos, que contemplará diversos eixos temáticos – da arquitetura à história do edifício e dos seus usos, passando pela relação com a cidade e a história do país e ainda a Empilhadora, uma nova coleção que reúne títulos de história e estética teatral, ensaio e biografia.

O Centenário do São João conta com o apoio do BPI e a Fundação La Caixa, o primeiro acordo de mecenato estabelecido em oito anos e que envolve um investimento de 100 mil euros em 2020 e prevê a possibilidade de renovação até 2022.

O TNSJ apostou num rigoroso plano de contingência que garante a segurança de público, artistas e colaboradores.

Autor:Texto de Rosa Margarida
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