Uma Retrospetiva Dos 50 Anos De Carreira De Gal Costa No Campo Pequeno

Reportagem de Madalena Travisco (texto) e Joice Fernandes (fotografia)

O primeiro de dois concertos de Gal Costa em Lisboa (e um no Porto) ocorreu na noite de 10 de novembro, no Campo Pequeno. Aos 72 anos, Gal Costa revelou uma presença e a voz vigorosas magnificamente acompanhada pelas cordas acústicas ou elétricas de Guilherme Monteiro.

“Este concerto é na verdade uma retrospetiva dos meus 50 anos de carreira [palmas]. Eu escolhi algumas canções bem emblemáticas das várias décadas até hoje e vou cantar para vocês. Obrigada. Espero que vocês gostem ”

Já tinha cantado “Caras e Bocas”, “Passarinho”, “Minha Voz, Minha Vida” e “Folhetim”. Seguiu-se “Vaca Profana”, “Volta”, “Sua Estupidez (não lhe deixa ver)”.

No “Coração Vagabundo” veio o primeiro apelo – Cantem comigo: ”Meu coração não se cansa/De ter esperança/De um dia ser tudo o que quer/Meu coração de criança/Não é só a lembrança/De um vulto feliz de mulher…(…)”.

“Negro Amor” – adaptação de It’s all over now, baby clue de Bob Dylan – trouxe toques de rock antes da “Tigresa” (com pandeireta) e “Tuareg”. A retrospetiva prosseguiu com “Baby (baby, baby, I love you)” e “Dom de Iludir”:”Não me venha falar na malícia/De toda mulher/Cada um sabe a dor e a delícia/De ser o que é‚(…)”.

Em “Um Favor” um apelo ao grito ou ao apito – “Amanhã vocês falem prós amigos trazerem apitos, trombones ou gritos”. À falta de apitos, houve gritos a pedido.

“Você não Entende Nada” foi o tema que mais agitou toda a plateia antes de “O Meu Nome é Gal” que fecharia o alinhamento:

(…)Você traz a coca-cola, eu tomo
Você bota a mesa
Eu como, eu como, eu como, eu como, eu como
Você
Você não está entendendo nada do que eu digo
Eu quero ir embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo
Todo dia, todo dia
E quero que você venha comigo (…)

Face aos aplausos de pé, Gal e Guilherme regressaram ao palco. “Agora as canções que vocês sabem cantar. Eu vou ficar aqui sentada, vocês cantam [risos]”

Vem a “Modinha da Gabriela” -“Quando eu vim pra esse mundo/ eu não atinava em nada/hoje eu sou Gabriela…”; “Um Dia de Domingo” – “Eu preciso de falar, te encontrar de qualquer jeito …” e porque Gal se revelou “ídola” de Amália Rodrigues, o concerto encerrou com “Uma Casa Portuguesa”, cuja letra até pareceu menos conhecida pelos presentes. Mas…

“É uma casa portuguesa com certeza. É com certeza uma casa portuguesa”!

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