Vikings Guerreiros do Mar – povo temido oriundo do Norte da Europa, manancial de mitos e lendas é o tema da exposição temporária patente no Museu de Marinha em Lisboa, que pode ser vista até 12 de novembro de 2017.
Podemos começar por perguntar o que têm os vikings a ver conosco e porque o Museu da Marinha em Lisboa lhes dedica uma exposição? E é exatamente para responder a estas questões que serve uma visita à exposição.
A mostra, composta por cerca de 600 peças originais provenientes do Museu Nacional da Dinamarca, ocupa duas salas, ao longo das quais nos é dado a conhecer um pouco melhor este povo que domina o imaginário nórdico e deu origem a tantos mitos, lendas e muito medo.
Na primeira, um pequeno filme faz-nos a introdução à sua história e lenda, algumas peças, como um barco em miniatura e trajes típicos integram esta primeira abordagem, a uma história com mais de mil anos.
Entramos na sala seguinte, dividida em duas partes, e em que ficamos a conhecer um pouco das facetas deste povo. Navegadores, guerreiros, cavaleiros, comerciantes, construtores, tementes e respeitadores dos deuses, artificies, homens de leis, conhecedores de astronomia e gente de família.
Podemos dizer que a exposição está organizada em seis núcleos:
Primeiro núcleo: Técnicas de navegação e construção naval que lhes permitiram desenvolver os navios que exploraram os mares do Norte e que seguiram as rotas que os levaram ao Mediterrâneo, constituem o primeiro tema da exposição.
Segundo núcleo: O carácter guerreiro, cavaleiro, organização militar e capacidade de projeção de força e de terror a grandes distâncias.
Terceiro e quarto núcleo: Rotas de comércio marítimo que estabeleceram por todo o mundo conhecido no seu tempo, assim como pela sua cultura material, da qual chegaram até aos nosso dias diversos exemplares de magníficas produções locais de joalharia e de outros objetos do quotidiano.
Quinto núcleo: A religião e a representação simbólica do seu sistema de crenças estão representados em destacado relevo nesta exposição, permitindo-nos conhecer o seu importante papel na vida, assim como na morte, destes povos do norte.
Sexto núcleo: organização social e política das comunidades nórdicas que, de pequenos núcleos rurais e ribeirinhos, evoluíram para centros urbanos caracterizados por complexos sistemas de inter-relações de poder e subordinação, que se consolidaram e expandiram em consequência da sua projeção para além dos territórios escandinavos.
Os vikings eram muito mais que um povo bárbaro e assustador, eram um povo corajoso, aventureiro e audaz, que influenciou muitos povos, para além das suas fronteiras, tempos e história.
Da sua influência temos os barcos Rabelo, que ainda hoje navegam no Douro, mesmo que sejam só para turistas. Alguns trajes e armas, especialmente as espadas e até nos adornos femininos notamos a sua influência.
Entre as várias peças que compõem esta mostra destaque para a “Joana” uma réplica de um barco viking construída em Portugal por ocasião da Expo 98 para o pavilhão da Dinamarca e que agora está de regresso ao nosso país, um crucifixo de ouro original e no qual Cristo apresenta características únicas, características da representação que os dinamarqueses fazem dele; uma réplica de uma rocha com runas gravadas, várias espadas, machados, adornos e jóias para uso feminino e masculino, ouro e prata, moedas, balanças, entre outras, algumas delas em óptimo estado de conservação.
Esta é a primeira exposição apresentada no nosso país dedicada a este povo, e é já considerada uma das mais completas exposição dedicada aos Vikings. Depois de uma visita, os nossos conhecimentos vão um pouco mais além do que a existência do deus Thor e do seu martelo (que a Marvel repescou para o imaginário moderno); das Valquírias e Vahala que Wagner imortalizou e até hoje influencia a maneira como vemos este povo; ou mesmo das séries de televisão (animadas ou com atores reais) que vimos na televisão.
Esta é uma exposição com bases científicas, clara e apelativa que nos dá a conhecer um pouco melhor um dos povos mais importantes e poderosos da Europa de outros tempos, e que merece decididamente uma visita, se possível guiada.
Vikings – Guerreiros do Mar pode ser visitada até dia 12 de novembro, de segunda a domingo, das 10h00 às 18h00, na sala de exposições temporárias do Museu da Marinha, em Belém.
Os bilhetes estão à venda no local e custam para o museu e para a exposição 8,60 euros para crianças entre os 4 e os 12 anos e mais de 65 anos; 11,20 euros para os adultos; crianças até aos 3 anos não pagam; e famílias de 4 (2 adultos + 2 crianças) pagam 35,70 euros. Existem ainda visitas guiadas mediante marcação por 3 euros.