Vodafone MexeFest

A Avenida da Liberdade foi mais uma vez o palco do festival que fez mexer Lisboa. Instalamos a App Vodafone Mexefest, criamos o nosso mapa e começou a noite.

“Vou ali à igreja ver um concerto”, aí está uma frase que não se ouvirá muito mais vezes. Foi inédito, e que bonito que foi.
Igreja lotada, pessoas sentadas no chão, multidão à porta. Um misto de magia com realidade. Luísa Sobral com a sua voz inigualável pegou no publico e com eles viajou, a menina moça que se estreou em 2009 no Super Bock em Stock ainda sem cd lançado, deu que falar e regressou aos palcos (palco salvo seja, uma igreja é muito mais que um palco) do Mexefest.
Luísa, simples e com ar tímido, canta e encanta neste pequeno espaço especial, veio à baila “Clementine”, onde a cantora se inspirou no filme “The Eternal Sunshine of the Spotless Mind” e fez também uma homenagem ao fado e revela que a sua primeira música em português foi escrita num aeroporto.
Um concerto que foi um mimo.

Numa corrida lá nos conseguimos enfiar na Sociedade Geográfica de Lisboa, enfiar sim, que a sala estava quase cheia. Muito peculiar este Josh T. Pearson, cheio de piadas sarcásticas. Fez questão de dizer aos seus ouvintes que as canções eram muito compridas, tão compridas que ao final da primeira, a Sweetheart I Ain’t Your Christ, metade do publico foi indo embora, deixando apenas os verdadeiros fãs. Josh brinca com o assunto “Podem ir, vou ganhar o mesmo”. A música deste rapaz do texas, é sem dúvida um fervilhar de emoções, que ele transparece por todos os acordes e devidos silencios, como se tudo fizesse sentido. É tão irreverente, que toca apenas 3 músicas, longas e repletas. Para além já da citada Sweetheart I Ain’t Your Christ, tocou também Woman I’ve Raised Hell e Country Dumb.

A dupla canadiana Handsome Furs veio para fazer mexer o Tivoli. No primeiro acorde toda a sala, que estava praticamente cheia se levantou, e assim se manteve até ao fim.
Alex Perry, teclista, totalmente ligada à corrente sente a musica de uma forma que só ela sabe, mexe com o publico de tal forma que é contagiante. Num estilo rock eletrónico estes dois vieram abanar o teatro, com o ultimo álbum na bagagem “Sound Kapital”. Dan Boeckner, também membro dos Wolf Parade, tem a guitarra nas suas mãos e a voz, e num momento de explosão desce do palco para meio dos fãs, e está a euforia instalada. Foi um concerto para mexer, não fosse este festival para isso, uma verdadeira “mexe festa”.

A Banda Mais Bonita da Cidade foi a surpresa da noite, na Casa do Alentejo, cheia. Não se sabia muito bem que esperar daqui, mas esta banda, que transpirava emoção pegou no público de início ao fim, e esta sala nunca mais foi a mesma. Sempre de olhos a brilhar, a menina da banda visivelmente emocionada, emocionou outros tantos e deitou cá para fora desabafos em forma de música que tocou todos os corações. Todos queriam ver melhor, ora chega para cá ora chega para lá.
Cheio de otimismo e amor a transbordar, fizeram este concerto um verdadeiro palco de sensações, com músicas como “canção para não voltar” “Ótima” e “Oxigénio”. E a sala vira de avesso, e troca-se de palco, e a banda muda-se para o lado oposto da sala e toca “Capitão Romance” dos nos nossos Ornatos Violeta e termina com a tão esperada “oração”, e toda a sala canta e dança e o amor está no ar.
O concerto da noite, foi sem dúvida aqui.

Os portugueses PAUS fecharam a noite como uma brilhante atuação, tal qual como já nos tinham habituado. Intensa e imensa no meio da multidão no metro dos restauradores. Vimos mal, mas ouvimos bem, mas que bem. A bateria gémea que usam, fazem-no ter um poder diferente do usual, as batidas na bateria enfurecidas fazem-nos largar toda e qualquer chatice alheia a este concerto. Temas como “Deixa-me ser” e o tão ecoado “Mudo Surdo” mexeram e remexeram com o publico fiel desta banda. Que boa maneira de fechar a noite.

Reportagem de Sara Santos (fotos) e Patricia Vistas (texto)

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