Valeu a Pena a Terceira Edição do Festival Caixa Alfama

Cuca Roseta
Cuca Roseta
Cuca Roseta

Reportagem de Madalena Travisco e Joice Fernandes.

Nas noites de 18 e 19 de Setembro Alfama cheirou ainda mais a Fado. Além do palco Caixa – o único montado especificamente para o Festival – a edição de 2015 do Caixa Alfama voltou a ampliar o ambiente fadista do bairro em cenários especiais, como sejam os Altares das magníficas Igrejas de São Miguel e Santo Estevão, e outros espaços como Museu do Fado, Largo das Alcaçarias, Sociedade Boa União, Grupo Sportivo Adicense, Centro Cultural Dr. Magalhães Lima, escadaria da Igreja de Santo Estevão, Lavadouro de Alfama, além das apresentações de Fado à Janela no Largo do Chafariz de Dentro e, neste ano, também no Largo de São Miguel.

Foram mais de 40 os fadistas do cartaz desta terceira edição do festival Caixa Alfama, nos 13 palcos espalhados pelo bairro que virou mega-recinto, especial nas cores e nas luzes dos espaços, muitos deles improvisados. Fadistas de diferentes gerações, desde os muito jovens,  jovens e ex-jovens, aos mais que consagrados.

“O Fado acontece” – disse Maria da Fé no concerto de abertura do Palco Caixa onde atuou com o Rodrigo.  Aconteceu em cada esquina, em cada palco, para as 12 mil pessoas que calcorream o bairro com pulseira no pulso e mapa do Festival na mão. A maior concentração ocorreu no palco Caixa, porque era o espaço maior e porque foi lá que o festival encerrou cada noite. Na primeira, com a Cuca Roseta depois da atuação da estrela do bairro – Raquel Tavares – que levou a marcha e tudo! Na última noite estiveram no Palco Caixa António Chainho e convidados, Marco Rodrigues – uma das melhores atuações deste festival – e Ana Moura.

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Pelos outros palcos passaram tantas outras vozes e instrumentos; no largo das Alcaçarias, a jovem Joana Almeida, o castiço Artur Batalha, Renato Néné e Anabela; no Grupo Sportivo Adicense: Nuno de Aguiar, Diamantina, Luis Matos e Maria João Quadros.

Lá no topo, no Centro Cultural Dr. Magalhães Lima, Júlio Rezende apresentou “Com que voz” com Marco Rodrigues e Carolina como convidados. No mesmo espaço – que chamou catedral de Alfama – Filipa Cardoso esteve no seu melhor e agradeceu, merecendo, o acolhimento caloroso de Alfama. Mais perto do Palco Caixa, a esplanada do Museu do Fado recebeu os Marialva, Luísa Rocha, Ana Sofia Varela e José Manuel Barreto. Pelo auditório do Museu passaram Pedro Seabra, Ricardo Silva, Ângelo Freire e Diogo Rocha. Pelos Altares das Igrejas houve “Fado Rezado” e outras atuações de António Pinto Basto, José Gonzalez e Gonçalo Salgueiro na igreja de S.Miguel, e de Diana Vilarinho, Joana Amendoeira, Maria Ana Bobone e João Chora na Igreja de Santo Estevão.

Também nas escadarias de acesso a esta Igreja pôde ouvir-se Carolina, José Manuel Neto, Pedro Moutinho e Sara Correia. Vanessa Alves e Ana Maurício estiveram no Lavadouro de Alfama antes de Miguel Ramos e Jaime Dias. A lista de artistas não se esgota nos nomes referidos, tantos foram os guitarristas e instrumentistas que deram boa música a este festival especial. Não era possível chegar a todos; é difícil nomear todos.

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O Festival Caixa Alfama expõe a identidade e o carisma do Fado. É um festival feito de imagens e de partilhas, desde as caricaturas aos apelos às selfies com a peça “Love fado”. O cante alentejano, mais do que divertido pelos Moda Mãe, garantiu a boa alternância entre os concertos do palco principal. O Festival Caixa Alfama é definitivamente uma homenagem à cultura e identidade nacionais. E é também uma atmosfera única em que os fadistas assistem às atuações uns dos outros, com gestos de grande cumplicidade. Que o digam Raquel Tavares e Filipa Cardoso.

 

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