Os três argumentos de Paul Schrader inspiraram-se numa mesma história: O Carteirista, de Robert Bresson. Também nesta peça vai haver um homem que comete uma série de crimes: ele conhece uma mulher, que se apaixona por ele e que o salva, ilibando-o.
O espectáculo recupera assim as histórias das personagens dos filmes mantendo o tema dos “lonely men” que habita esta trilogia.
No palco, o espectador poderá assistir a três narrativas de três homens de vida só: um gigolô de luxo que se apaixona por uma das suas clientes, um homem imerso no mundo da droga e rodeado de fantasmas do passado e um acompanhante de um grupo de senhoras da aristocracia, envolvido involuntariamente num crime.
No fundo são simplesmente três histórias que falam da condição humana, três histórias de homens sós que vivem na cidade racista, homofóbica, plástica, sedenta, violenta, falsa, hipócrita e decadente, mas onde também, quem sabe, pode existir o amor.
André Murraças escreveu as peças Todas as noites a mesma noite, Film Noir, Os Inconvenientes, CinemaScope e O Espelho do Narciso Gordo.
Nesta peça, além de assinar a dramaturgia e a encenação, Murraças é também responsável pela cenografia e figurinos. O elenco é composto por Suzana Borges, Anabela Brígida, Vítor d’Andrade e André Patricío.
Três Homens Sós pode ainda ser vista hoje e amanhã no pequeno auditório da Culturgest, às 21h30. O preço dos bilhetes é de 12 euros (menores de 30 anos pagam apenas cinco euros).
Texto de Cristina Alves