Reportagem de Tânia Fernandes
O Cacilheiro, que representa Portugal na Bienal de Veneza, tem vindo a ser bastante requisitado por entidades de todo o mundo. Nem os constrangimentos logísticos da sua deslocação parecem desincentivar a que seja requisitado. Navega até Lisboa, assim que a Bienal encerrar portas e depois segue viagem para outras latitudes.
“Já tem agenda preenchida até ao final de 2017!” referiu a artista. Nesta rota internacional, Cartagena das Índias, na Colômbia será o primeiro destino, de uma viagem que passará também pelo Dubai e Macau.
A sessão contou ainda com a abertura de uma garrafa de Vinho do Porto Vintage a fogo, pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP). A marca, que se associou a este projeto desde o início, lançou edições especiais com rótulos desenhados por Joana Vasconcelos. O “Joana Vasconcelos Trafaria Praia Vintage Port 2003” e “Joana Vasconcelos Trafaria Praia 10 Years Old Port” embarcaram, em maio, no cacilheiro Trafaria Praia, para a Bienal de Veneza e se encontram lá à venda na loja.
Joana Vasconcelos contou, em traços largos, o desenvolvimento deste projeto, as dificuldades que foram sendo ultrapassadas, nomeadamente financeiras. “Houve uma força que cresceu neste projeto para além da minha obra” referiu a artista. “Só lá cheguei porque essa força foi real”. Aos vinhos do Porto juntaram-se os produtos de “A Vida Portuguesa”, e o projeto foi ainda composto na reta final com ciclos de conferências e concertos.
Raquel Henriques da Silva, Historiadora de Arte que assinou um dos textos do livro, descreve esta obra de Joana Vasconcelos como um “trabalho de dobras, pregas, ditos e não ditos que a cultura portuguesa transporta”. O catálogo é uma publicação da editora Babel.
O Trafaria-Praia deverá chegar a Lisboa em meados de dezembro, para ficar entre o Cais-do-Sodré e o Terreiro do Paço.