Too Many Friends Abraçam os Placebo no Coliseu dos Recreios

PlaceboReportagem de Tânia Fernandes e António Silva

O Coliseu de Lisboa está às escuras. Há apenas um foco a iluminar Brian Molko. O barulho torna-se ensurdecedor, à medida que os Placebo concluem o tema “Meds”. O concerto vai a meio e incrédulo, o vocalista fica sem reação durante longos segundos. Fixa o público à direita, vira o olhar para a esquerda e mantém-se neste pingue-pongue, quase imobilizado, num crescendo de emoção. Duas datas em Portugal, duas salas cheias. Os Placebo não são uma banda nova, já atuaram em Portugal várias vezes e apesar de algum destaque (em 2009 receberam o prémio de Melhor Banda Anternativa nos MTV European Music Awards) alinharam sempre à margem do circo mediático.

Certo é que mantém uma legião de fãs, uma forte presença em palco e uma mão cheia de boas novas melodias, que vieram apresentar desta vez. Metade do alinhamento dedicado a “Loud Like Love”, os outros cinquenta por cento espalhados pelos restantes seis trabalhos da banda. Lisboa recebeu-os de braços abertos, abraçou-os e deu-lhes o retorno de toda a energia que recebeu.

“Loud Like Love”, “Every You Every Me”, “Scene of the Crime” agarraram o publico logo de início. À frente de um cenário psicadélico, a debitar luzes fortes e coloridas, Brian Molko mostrou-se mais efusivo do que o habitual e começou cedo a pedir a interação do público com um inesperado “Quero ver todos com as mãos no ar”. Pouco dado a falas, partilhou ainda que este era o último concerto da banda, este ano, antes de avançar para um muito esperado “Too Many Friends”. O protagonismo deste carismático vocalista vai sendo partilhado com o guitarrista Stefan Olsdal e o baterista Steve Forrest. São eles o núcleo principal dos Placebo, ao qual se juntou, neste palco,um segundo guitarrista e uma teclista (a alternar com violino). Vão intercalando, com grande facilidade, momentos de instrospeção, em que o timbre único de Molko vibra de emoção, com descargas violentas de decibéis provenientes das guitarras. “Rob The Bank”, “Song to Say Goodbye”, “Special K” e “Bitter End” antes do encore dão continuidade ao crescendo de loucura. Molko está sistematicamente a trocar de guitarra. Só numa lateral do palco, contámos mais de uma dúzia. Stefan Olsdal entusiasma-se de tal forma com a plateia que a determinada altura, assume a pose de maestro, orientado o grande coro presente no Coliseu dos Recreios.

“Running Up That Hill”, a cover do tema de Kate Bush foi acompanhado por todos. Depois de “Post Blue”, os  Placebo despediram-se de Lisboa com “Infra-red”.
Vinte anos depois do inicio, os Placebo soam melhor que nunca.

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A noite abriu com os espanhóis Oso Leone. Os maiorquinos trouxeram o seu rock psicadélico a Lisboa.

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