No dia 19 de setembro, às 21h00, sobem ao palco do Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, três das mais consagradas sopranos portuguesas da atualidade: Elisabete Matos, Dora Rodrigues e Carla Caramujo, acompanhadas pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, para interpretar algumas das heroínas de várias óperas do compositor italiano Giacomo Puccini (1858-1924). O concerto, sob direção do maestro Domenico Longo, intitula-se As Mulheres de Puccini” e inclui árias das personagens das suas óperas, entre outras, Mimì, Turandot, Cio-Cio San, Tosca e Manon Lescaut.
Em finais do século XIX e nos inícios do século XX, emergiu em Itália a denominada ópera verista, por influência da corrente literária homónima do realismo transalpino que procurava afastar-se do idealismo romântico.
Se a morte por doença, assassinato ou suicídio e outras situações infelizes ocorriam já nas óperas do romantismo italiano, nas veristas, a violência tende a ser exacerbada, ostentando-se na maior parte dos casos enredos centrados preferencialmente na vida e nas ações de pessoas comuns em situações, com algumas exceções, de contornos crus, sórdidos e brutais, confrontando o espetador com uma realidade desconfortável que lhe pode ser vizinha.
Neste contexto, destacou-se Giacomo Puccini, cujos temas e personagens são diversificados mostrando que a realidade seca, dura e violenta abarca universos múltiplos que atravessam o tempo e o espaço indo do ambiente histórico ao hodierno; da Europa à Ásia e América; do fantástico à mais comummente vida quotidiana das pensões, prisões, igrejas, conventos, bares, barcos fluviais, casas acolhedoras ou de pobreza confrangedora, gabinetes oficiais e até palácios, às vezes na mesma obra.
O verdadeiro centro nevrálgico da obra de Puccini é constituído por um conjunto extraordinário de mulheres que se entregam absolutamente ao amor e que, por isso, são inexoravelmente imoladas pelo Destino.
Os bilhetes estão à venda nas bilheteiras do TNSC e online e custam entre 10 e 25 euros.