Tímida Modernidade Em Guimarães

O Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, em Guimarães, acolhe a exposição do artista e colecionador vimaranense José de Guimarães, Tímida Modernidade – Obras de José de Guimarães para um Futuro Centro de Arte Contemporânea em Guimarães, com curadoria de João Terras e Inês Oliveira, produção e montagens da responsabilidade de Hugo Dias, Nuno Ribeiro e João Terras e pintura e instalações a cargo de Rui Gonçalves.

Na carta redigida por José de Guimarães, em 1992, aquando da doação de um vasto núcleo de obras da sua autoria à cidade de Guimarães, o artista “procurava energizar e agitar essa timidez e potenciar num futuro próximo a criação de um Centro de Arte Contemporânea, onde a arte e a dinâmica cultural de Guimarães se projetassem.”

Se hoje pensamos sobre o futuro dos museus e dos centros de arte no mundo, José de Guimarães apontava a seu tempo, a necessidade de ser criado um lugar plural, de projeção nacional e internacional, museu-habitat de artistas e agentes, um lugar de pensamento e questões, um museu-rampa onde se cruzariam as práticas artísticas e a cultura da contemporaneidade com as dinâmicas particulares e singulares da comunidade e território. Com certezas ou não, no futuro viria a formar-se o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), plataforma-museu que dedica a sua atividade ao gesto de dar a ver as criações artísticas contemporâneas lado a lado com objetos das coleções de Arte Africana, Arte Pré-Colombiana e Arte Antiga Chinesa do próprio José de Guimarães. Se em 2012 o CIAJG nascia com essa emergência, em 2020 continua a levantar a questão: qual o lugar do (deste) museu no futuro? Olhar esta exposição é também um recuo arquivístico que nos permitirá saltar daqui para o CIAJG revendo o lugar que ecoa na sombra de intenções do passado destas obras.

A exposição poderá ser visitada (pelo máximo de 2 visitantes em simultâneo) de segunda a sexta, das 9h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30, com uso obrigatório de máscara, a desinfeção das mãos à entrada e distanciamento social de 2 metros, não sendo permitido tocar nos objetos.

Autor:Texto de Rosa Margarida
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