Tesouros da corte espanhola em exposição na Gulbenkian

Tesouros dos Palácios Reais de EspanhaReportagem de Tânia Fernandes
 

Velázquez, Goya, Caravaggio e El Greco são nomes dourados da história da arte. Algumas das suas obras, pertencentes à Casa Real de Espanha podem, a partir de hoje, ser admiradas no Museu da Gulbenkian. A exposição A História Partilhada. Tesouros dos Palácios Reais de Espanha reúne 141 peças e destaca as relações políticas e familiares entre as duas monarquias ibéricas, para além de revelar  o colecionismo e mecenato assumidos pela coroa espanhola.

Com curadoria da responsabilidade do diretor do Museu Gulbenkian, João Castel-Branco Pereira, de Pilar García e Álvaro del Campo, a mostra foi criada privilegiando os acontecimentos históricos de Espanha partilhados com Portugal ao longo de 350 anos. Nela encontramos não só pintura, como escultura, mobiliário, tapeçarias, armas e objetos religiosos, nunca antes mostrados em Portugal. A única exceção é um retrato a óleo sobre madeira de D. Isabel de Portugal, pintado por Joos van Cleve, no século XVI, cedido pelo Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.

Na apresentação à imprensa, Pilar Benito García, uma das comissárias, destacou que o fio motor da exposição são as “figuras femininas” tanto espanholas como portuguesas, entre as quais destaca Isabel a Católica (1451-1504), Catarina da Áustria (1507-1578) ou Isabel de Bragança (1797-1818), devido à relevância política e cultural que desempenharam. A viagem percorrida nesta exposição começa em Isabel, a Católica, rainha de Castela e Leão, e ainda de Aragão pelo casamento com Fernando II, em 1469, até à portuguesa Isabel de Bragança, rainha de Espanha por casamento com Fernando VII, a quem é devida a fundação do Museu do Prado. E numa espécie de enciclopédia interativa, vai-se reconstruindo a cronologia com a ajuda das peças em exposição. Encontra-se dividida em seis núcleos: uma Introdução, Os Palácios Reais de Espanha, A Corte Itinerante, A Monarquia Dual, Uma Nova Dinastia: Os Bourbon e encerra com Mudança de Paradigma na Formação das Coleções Reais.

Tesouros dos Palácios Reais de EspanhaDestaque para o único quadro de Caravaggio que existe naquela coleção, “Salomé com a cabeça de São João Batista” e três pinturas de Goya, duas delas provenientes da residência pessoal do atual rei de Espanha, Filipe VI de Bourbon. De Francisco de Goya podem ser vistos “Caridade de Santa Isabel de Portugal”, “Fabrico de Pólvora” e “Fabrico de Balas”.

A mostra constitui uma oportunidade única para apreciar o melhor da produção de Espanha e da Europa dando a ver as diferentes formas de transmissão da imagem da monarquia, quer como instrumento ideológico do poder quer como reflexo dos gostos, vivências e ocupações da família real.

A exposição A História Partilhada. Tesouros dos Palácios Reais de Espanha é organizada pelo Património Nacional de Espanha, instituição responsável pela preservação e divulgação dos bens móveis e imóveis que pertenceram à coroa. No total, esta coleção reúne 155 mil obras, distribuídas por 22 entidades de diferentes zonas do país.

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A exposição abre hoje ao público e pode ser vista até dia 25 de janeiro de 2015, nas galerias de exposições temporárias da sede e do Museu Gulbenkian, de terça-feira a domingo das 10h00 às 18h00 (última entrada às 17h30). Encerra à segunda-feira, e nos seguintes dias feriados: 24, 25 de dezembro e 1 de janeiro. O bilhete de acesso custa 5 euros.

 

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