A Tentação Do Peixe E Do Marisco Na Nova Carta Do Ipsylon

Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva

Um edifício colossal, em forma de Y, quase camuflado na paisagem. Lá dentro, paredes de vidro, áreas amplas, divididas por biombos ocasionais. Uma vista deslumbrante em redor, de quem se encontra envolvido numa cápsula transparente, no seio da natureza. O Ipsylon, restaurante e bar do hotel The Oitavos, na Quinta da Marinha apresentou nova carta. Uma seleção cuidada de pratos para degustar num ambiente em harmonia com a natureza.

A esplanada, chama-nos, ao fundo do corredor. A linha azul de mar, é cortada  pelo verde das árvores. Mais próximo de nós, novo contraste com o azul turquesa da piscina e os tons mais secos do final da primavera. Ouvem-se os sons da natureza: folhas e ramos embalados pelo vento e o piar dos pássaros. Apetece fechar os olhos para saborear o momento mas aí perde-se o espetáculo visual.

A esplanada funciona com o apoio do restaurante que, além das bebidas, tem também uma carta de tapas, bastante completa. Há Mexido de bacalhau à Brás (9 euros), Tábua de queijos, doces e tostas (entre 9 e 17 euros), Salada de polvo de Cascais, Recheio de sapareira e tostas (8 euros), Ceviche (8 euros), Ostras (a partir de 7 euros) e Croquetes (6 euros), entre outros. Isto para além dos snacks habituais como Tosta de pão alentejano (9 euros), a Sandwich “Oitavos Dune” (18 euros), o Prego do lombo no pão (18 euros) e os cachorros e hambúrgueres (a partir de 14 euros).

A nova carta de primavera da autoria do Chef Cyril Devilliers entrou já em vigor já em meados de maio, permitindo a utilização de produtos portugueses sazonais de alta qualidade, produzidos de forma ecologicamente sustentáveis. Um equilíbrio genuíno, de respeito pelo tempo, sem a urgência da antecipação.

A grande aposta continua a ser o peixe fresco do Oceano Atlântico, como pudemos comprovar logo nas duas entradas sugeridas: Robalo de linha marinado em ponzu, azeite virgem e trufa (21 euros) ou os Espargos brancos gratinados com sabayon de bisque e parmesão, iogurte de ervilha e lagostim grande (22 euros). O primeiro, um ceviche, imperdível para os amantes da especialidade, o segundo, uma combinação muito equilibrada de mar com doce a fazer lembrar quase um crumble de marisco. A criatividade ao serviço da gastronomia, com bons resultados.

O ambiente na sala é tranquilo. Música de fundo, mesas dispostas ao longo da sala. Numa das laterias é possível espreitar a cozinha e a azáfama que lá vai dentro. Ao lado, um aquário, última morada de muitas iguarias que nos vêm cair no prato. O serviço é rápido e eficiente. O atendimento afável, e bastante adequado ao tipo de clientes que por aqui passam. Temos esclarecimentos sobre os pratos, sugestões para a sua escolha, mas também possibilidades de roteiro turístico nas imediações. E não são daquelas óbvias que vêm em todos os guias. Quem ali trabalha, sabe que tem clientes exigentes pela frente, que não se coadunam com o turismo massificado.

Arroz de peixes da nossa costa é o prato que pedimos, para dividir (50 euros). Avisam logo que o tempo de confeção pode durar entre 25 a 30 minutos e o resultado final é cinco estrelas. É daqueles pratos já bem conhecidos, mas aqui consegue-nos surpreender pela frescura do peixe que, neste caso, é peixe galo e garoupa e pelos condimentos que nos trazem tanta verdura à boca. O arroz é mesmo muito saboroso e combina as ervas frescas também com ameijoa e mexilhão.

A carta traz outras sugestões de peixe como o Lavagante braseado com morilles recheadas de migas, creme de pimentos doces e coulis das suas carcaças (65 euros); Bacalhau de meia cura, ervilhas, cogumelos, ovo e molho “Dieppoise” (24 eros) ; Cherne assado, espargos verdes e alcachofras pequenas em barigoule com ervas frescas (24 euros) e Arroz de lavagante ou lagosta (65 euros).

Nos pratos de carne, as propostas são Frango de campo assado com legumes e cogumelos do momento, arroz de “cabidela” (19 euros); Cabrito, batatas primores, cogumelos e acelgas, terrincho velho (28 euros) e Entrecosto de novilho maturado frito, ervilhas e favas guisadas com cenouras e nabo e jus de “Bourguignon” (28 euros).

Já sem luz do sol, ficamos circundados pelo azul intenso do céu. Os candeeiros na rua iluminam a vegetação e sentimos um quadro vivo a envolver-nos.

Mais um copo de vinho, dois dedos de conversa e percebemos que é impossível saltar a carta das sobremesas.Uma sobremesa portuguesa concerteza é uma combinação dos nossos doces mais tradicionais: doce ovos, pão de ló e doce de amêndoas (9 euros). O Chocolate e menta (10 euros) uma viagem sensorial ao universo “after eight”. Ambas as sobremesas têm uma apresentação cuidada, numa harmoniosa combinação de cores e formas. Há ainda a possibilidade de pedir Morangos meio-fraisier meio-pavlova (9 euros); O alperce sobre espelho de moscatel (10 euros) ou a Maçã como numa tarte (9 euros).

O Ipsylon apresenta um ajustamento perfeito entre a cozinha tradicional Portuguesa e a Francesa. É o espaço ideal para uma refeição especial, um encontro inesquecível para guardar na memória. Ideal para conviver e apreciar gastronomia de qualidade.

O Ipsylon Restaurante & Bar fica no hotel de luxo de cinco estrelas The Oitavos, localizado dentro da Quinta da Marinha, em Cascais. Diariamente, entre as 12h00 e as 23h00.

 

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