Temporada 2017-2018 Do Teatro Nacional De São Carlos Arranca Amanhã

O Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) abre a Temporada Lírica de 2017-2018 fora de portas com a apresentação, em outubro, em concerto encenado, da aclamada produção da ópera North Turandot (Giacomo Puccini), com Elisabete Matos, nos Coliseus de Lisboa e do Porto. Este regresso aos coliseus dá-se 23 e 33 anos depois da última apresentação de uma produção TNSC nestes locais, respetivamente.

A temporada de 2017-2018 conta com apresentação de um total de sete óperas, sendo que quatro são novas produções. Esta temporada reforça ainda a aposta nos cantores e equipas artísticas portuguesas.

Assim, ainda em 2017, apresenta-se, em estreia absoluta em Portugal, The Rape of Lucretia (Benjamin Britten), também em Lisboa e no Porto (Teatro Nacional de São João), numa nova produção encenada por Luis Miguel Cintra e dirigida por João Paulo Santos.

As restantes novas produções são Elektra (Richard Strauss), que será apresentada no Centro Cultural de Belém, mantendo assim neste espaço o repertório alemão iniciado com Wagner na última temporada. A nova produção, um concerto encenado, trará novamente a Lisboa Nicola Raab (A Flowering Tree, 2016; Der Zwerg, 2017) e o maestro Leo Hussain (Oedipus Rex, 2016) e assinalará a estreia em Portugal do soprano alemão Nadja Michael que tem vindo a notabilizar-se internacionalmente em repertório de Wagner, Strauss, Janác?k e Bartok.

Idomeneo (W. A. Mozart), com direção musical de Joana Carneiro e a estreia em Portugal do visionário encenador australiano Yaron Lifschitz, contará com as vozes de Ana Quintans e do tenor mozarteano Richard Croft; La traviata (Giuseppe Verdi) assinala a estreia na encenação de Pedro Ribeiro, português radicado em Londres (desde 2011 que colabora com a Royal Opera House, altura em que integrou o programa Jette Parker Young Artists), e contará com a cenografia e figurinos de António Lagarto. A nova produção pretende também evocar os 60 anos da memorável da presença de Maria Callas no palco de São Carlos, nesta popular ópera de Verdi. No papel principal desta nova produção, assinala-se a aguardada estreia em São Carlos do soprano Ekaterina Bakanova, que recentemente alcançou grande êxito no Covent Garden como Violetta Valery,

A temporada lírica fica completa com mais dois títulos, um dos quais L’enfant et Les Sortilèges (Maurice Ravel), uma produção da Opéra de Lyon com uma forte componente onírica transportada para o palco pelo inovador e admirável desenho de vídeo do animador Grégoire Pont. A direção musical desta produção que apresentará um elenco integralmente português e que é dirigida a toda a família, é de Joana Carneiro.

Por último, I Capuleti e i Montecchi (Vincenzo Bellini), uma produção da Fondazione Arena de Verona/ La Fenice de Veneza que tem viajado por muitos teatros líricos da Europa e que assinala o regresso do maestro Giampaolo Bisanti após a direção musical em São Carlos da Messa da Requiem, de Verdi, em 2016, e Anna Bolena, de Donizetti, na anterior temporada.

Já na Temporada Sinfónica o destaque vai para três extraordinários momentos coral-sinfónicos protagonizados pelo Coro do Teatro Nacional de São Carlos e pela Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP): a Nona Sinfonia de Beethoven, logo no concerto de abertura dirigido por Joana Carneiro (no TNSC); o Stabat Mater de Rossini, dirigido por Antonio Pirolli, no CCB; e o War Requiem de Britten, dirigido por Graeme Jenkins, na Gulbenkian.

O concerto de abertura da Temporada Sinfónica tem lugar amanhã, pelas 21h00, e vai apresentar Nuno da Rocha, em Restart e de Ludwig van Beethoven, Sinfonia nº 9 em Ré menor, op. 125, com Carla Caramujo (soprano), Cátia Moreso (Meio-soprano), Marco Alves Dos Santos (Tenor), André Henriques (Baixo), e Direção Musical de Joana Carneiro, com o Coro do Teatro Nacional de São Carlos com o Maestro Titular Giovanni Andreoli e a Orquestra Sinfónica Portuguesa com a Maestrina Titular Joana Carneiro.

Mantém-se a importante colaboração com o Centro Cultural de Belém, onde serão apresentadas obras de Bruckner, Beethoven, Mahler e Strauss dirigidas por Joana Carneiro. Nestes concertos conta-se também com a prestação de solistas internacionais tais como Baiba Skride, Denis Kozukhin e María José Montiel. E destacam-se, ainda em 2017, os concertos da OSP em Sintra, no Centro Cultural Olga Cadaval, e em Braga, no Theatro Circo. Em 2018, novamente em Sintra, Joana Carneiro dirige a OSP com Paula Carneiro e Irene Lima como solistas do Duplo Concerto de Brahms.

A temporada sinfónica da OSP incluirá ainda obras de jovens compositores portugueses (Nuno da Rocha, Manuel Durão), numa colaboração que se estende também à programação para escolas e famílias (Pedro Faria Gomes, Fátima Fonte, Sara Ross e Sofia Sousa Rocha).

Uma nota final para o ciclo de concertos de câmara, intitulado “OSP e Amigos”, que trará ao Salão Nobre de São Carlos alguns dos mais virtuosos intérpretes internacionais: Henning Kraggerud, Paul Lewis e Anthony Marwood.

Nas palavras da Maestrina Titular da Orquestra Sinfónica Portuguesa, Joana Carneiro: “A temporada sinfónica 17/18 da Orquestra Sinfónica Portuguesa inspira-se e assenta na história de um quarto de século que este agrupamento ímpar tem vindo a construir: nas páginas sinfónicas da história da música, interpretando peças de Beethoven, Brahms, Schumann, Mahler, Strauss e Bruckner; na relação com a contemporaneidade, em particular com a identidade portuguesa, com peças de Nuno da Rocha, Manuel Durão, entre outros; na sedimentação da relação com o compositor residente Luís Tinoco, criando uma peça para a OSP a ser estreada em 2018 e ainda como curador e mentor da nova geração de compositores portugueses; finalmente, com um crescimento substancial no que diz respeito à sua vocação como uma orquestra de todos os portugueses, levando a sua inspiração e arte a cada vez mais pontos de Portugal.”

Os bilhetes e as assinaturas estão à venda na bilheteira do Teatro Nacional São Carlos e online.

Autor:Texto de Ana Filipa Correia
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