Teatro da Trindade destaca humor e um musical na programação de janeiro

O Teatro da Trindade, em Lisboa, promete um mês de janeiro muito ativo com vários tipos de espetáculos, a começar com a peça As Ruas São Tão Tristes, Precisam de Mais Luz, de regresso a este teatro está também um senhor já bem conhecido da casa – Pedro Tochas, com o seu novo espetáculo Palestra em Construção. A encerrar o mês, uma cantata pop da autoria dos conhecidos autores Carlos Tê e Manuel Paulo – Missa do Galo. 

O primeiro espetáculo da programação é a peça As Ruas São Tão Tristes, Precisam de Mais Luz… a parte final de um tríptico, a partir da obra literária de George Orwell, que vai estar em cena nos dias 13 e 14 de janeiro, às 21h00, na Sala Principal. Da autoria de Ana Ribeiro e António Duarte, com a participação de Alexandra Viveiros, Ana Ribeiro, Inês Lago, José Vitorino, Márcia Cardoso, Martim Pedroso, Paula Só, Victor Gonçalves, entre outros. A 1ª parte: Ignorância é força estreou a 9 de junho de 2011, na sala-estúdio do Teatro da Trindade; a 2ª parte: Quem controla o passado, controla o futuro, estreou a 15 de julho de 2011, no Teatro de Turim.

Estes três espectáculos fazem parte de um projecto intitulado “Projecto O” e a produção é da Organização, que apresentam um conceito inovador com um espectáculo fragmentado, à laia de cabaret, onde se utilizam vários códigos formais, conferência, criação de quadros teatrais /musicais, teatro radiofónico, concerto, spoken word.

Segue-se na Sala Principal, de 20 a 29 de janeiro, às 21h00 o musical Missa do Galo, uma cantata pop da autoria dos consagrados autores Carlos Tê e Manuel Paulo. A “missa” segue a estrutura dramática e litúrgica da missa católica romana, inspirando-se nas velhas Missas do Galo transmontanas com desgarradas assentes em motes do Evangelho, acompanhadas à concertina, aqui substituídas por canções. ~

O galo representa o homem que ascendeu ao poleiro da ciência e da tecnologia e que, perante a sua prosperidade, continua a padecer de inveja, mesquinhez e ganância. A missa socorre-se da metáfora duma barca que num roteiro de factos, alerta contra os perigos da repetição e do esquecimento. Nesse percurso o galo tropeça num paradoxo: o conhecimento concedeu-lhe o livre-arbítrio e do preço da liberdade, da solidão da responsabilidade. O galo é visitado pelos seus fantasmas interiores, juízes da consciência que o vêm julgar por ter substituído o humanismo dos últimos cinco séculos pelo neo-liberalismo dos últimos trinta anos, onde as pessoas são apenas números e estatísticas. O veredicto é ser transformado em arroz de cabidela, num sacrifício votivo e solsticial.

Um espetáculo com encenação de Luisa Pinto e interpretações de António Durães,  Flora Miranda, Isabel Carvalho, João Miguel Mota e Rui David. Acompanham o espetáculo os músicos André Hollanda (bateria/toy piano), Marco Nunes (guitarra), Miguel Ramos (Baixo) e Pedro Vidal (guitarra/pedal steel/banjo). As sessões são de quarta a sábado, às 21h00 e domingos às 16h00 e os bilhetes podem ser adquiridos nas bilheteiras do Teatro.

Na Sala Estúdio, a peça Yátrad, vai estar em cena de 18 a 29 de janeiro, a partir de um texto de Carla Vasconcelos, Hugo Sovelas e Maria João, com encenação de Maria João Miguel e interpretação de Carla Vasconcelos e Hugo Sovelas, numa co-produção Propositário Azul/Centro Cultural Malaposta.

Com o objectivo de espalharem as cinzas do irmão mais velho na Índia, Maria Rosa e Jorge, enfrentam 88 dias e 12 horas de incidentes ao volante de uma tricicleta, numa travessia iniciada no Portugal profundo, passando por Espanha, França, Itália, Grécia, Turquia, Irão e Paquistão até chegarem a Kochi na Índia.

As sessões são de quinta a sábado, às 21h00 e domingos às 17h00.

De regresso a este teatro, que tão bem conhece, Pedro Tochas põe a nu a construção da sua nova palestra no Teatro-Bar do Teatro da Trindade, com a apresentação de Palestra em Construção, oportunidade para conhecer a sua faceta de orador. Um trabalho habitualmente direccionado para as empresas, mas desta feita, apresentado ao público em geral e que irá ajudar a moldar o produto final. De 25 de janeiro a 11 de fevereiro, de quarta a sábado, às 22h00. Os bilhetes encontram-se à venda na bilheteira do teatro.

Texto de Clara Inácio
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