Teatro Da Garagem Apresenta Donald Trump E Os Bombons

O Teatro da Garagem apresenta até 27 de setembro a peça Donald Trump e os Bombons, no Teatro Taborda (na Costa do Castelo em Lisboa).

Donald Trump é, sobretudo, uma personagem de um reality-show que se tornou
presidente dos Estados Unidos da América. É uma figura caricatural, autocrática,
porventura doente, que detém um poder incomensurável. Trump, como máscara sem
empatia, como paranóia egocêntrica e como “actor competente de um reality show”, é
uma doença cívica.
Após a hecatombe da peste, da fome e da guerra, que incendeia as ruas da América,
que incendeia as almas inquietas, com dúvidas, muitas, é preciso recomeçar. É preciso
retomar os ideais fundacionais do Ocidente. É preciso moderação, prudência, bomsenso.
Donald Trump E Os Bombons não é um libelo político de uma qualquer facção.
Este espetáculo não é de esquerda, de direita, ou de centro. Este espetáculo, como
qualquer objeto artístico, não apresenta soluções. Exprime um desejo, expressa uma
urgência, procura alertar para uma realidade que a cada dia que passa nos parece
enlouquecer a todos, um pouco mais. É um espetáculo deliberadamente datado.
Corresponde a uma necessidade de, aqui e agora, dar o nosso contributo, de dar o
nosso testemunho enquanto artistas e cidadãos.
Fazer um espetáculo a partir do atual Presidente dos Estados Unidos da América,
Donald Trump, hoje, resulta da necessidade de separar a política do teatro. Isto é,
acentuar a necessidade de devolver à política, o espaço da retórica; e ao teatro, o
espaço do drama.
Fazer de Donald Trump o motivo de um manifesto teatral, uma espécie de catarse AntiTrump (com a componente irónica que lhe está subjacente), é uma obrigação
democrática, porque a democracia é a nossa opção. Com Donald Trump E Os Bombons, o Teatro da Garagem diz “Não. Não, definitivamente”. Não podemos aceitar
que o pior de Donald Trump ainda esteja para vir.

O texto e a encenação do espetáculo estão a cargo de Carlos J. Pessoa, com a
interpretação de Ana Palma e Rita Monteiro e acompanhamento musical de Daniel
Cervantes.

A peça está  em cena de quinta-feira a sábado, às 21h30, e ao domingo, às 16h30.

O bilhete custa 8 euros e pode ser adquirido no local.

Autor:Texto de Elsa Furtado
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