A peça é um projecto colectivo baseado na peça Uma Faca nos Dentes, a partir do texto de António José Forte e pretende homenagear e comemorar o 80º aniversário do autor, começando com uma carta:
Carta a:
Forte e Aldina estão mortos. Dos desenhos dela e dos poemas dele nasce um
ser. Eu. Feito de desenhos, de poemas, de uma memória e de uma consciência
colectiva. Não há estória nesta estória, há acontecimento. Ela lava-lhe os
pés, depois dançam, depois morrem, surge uma palavra e voltam a morrer.
Comem, amam, fumam, bebem, falam, desenham, fazem poemas, pensam,
intervêm. Enquanto eu estou cá para os recordar e fazer ver os outros de que
eles fizeram sentido. Assumiram a responsabilidade das suas consciências.
Estou cá para fazer viver intensamente a vida. Acabei de nascer. E tenho em
mim a força do primeiro e último homem. E amanhã estarei cá outra vez
fruto de mim próprio e do que os outros semeiam. Que é isto dentro da minha
mala?
Assinado: Poeta Renascido
Os espetáculos são de quarta a sábado, às 21h30 e domingo às 16h00. Os bilhetes têm um preço de 7 euros, e podem ser adquiridos na bilheteira do teatro.
Texto de Margarida Vieira Louro