Há um atentado terrorista num edifício e o nosso super-herói fracassa na sua missão de salvamento. Consegue apenas trazer nos braços a sua amada Eurídice e com ela refugia-se num quarto alugado, a cheirar a tabaco barato, de enrolar. O fantasma de um músico de jazz parece habitar o mesmo espaço, ensombrado também, ocasionalmente, por uma vil senhoria. Em processo de stress pós-traumatico, o super-heroi Alcindo não se sente digno de voltar a usar a sua capa e na primeira oportunidade, corre para o Centro de Emprego para responder a um anúncio de servente de pedreiro. “Depois de ver tanta destruição, eu quero é construir!” diz o herói a sentir-se diminuído de poderes.
A autora madeirense admite a existência de personalidades reais em quem se inspirou para criar estes personagens. “As memórias e as vivencias são fundamentais no processo de escrita, temos de escrever sobre o que sabemos” explica-nos Marcela Costa. Acompanhou a adaptação da peça e chegou a vir assistir a alguns ensaios. Na véspera da estreia mostrava-se contente com o resultado final e chamava-nos a atenção para os cenários. Peças de um universo imaginário, criadas por Teresa Varela, que encaixam na perfeição neste universo de banda-desenhada. A própria encenação remete para as tiras de bd. A luta entre o bem e o mal, permanentemente figurada num quadro, passa a ação no segundo ato.
Anna Eremin, Catarina Guerreiro, Luís Barros e René Barbosa são os quatro atores em palco. “Eu também gosto que me contem histórias. É outra forma de voar” admitia, a determinada altura, o super-herói de serviço.
A Canção de Setembro estreia hoje na Sala Experimental do Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada e pode ser vista de quinta-feira a sábado às 21h30 e domingo às 16h00. Os bilhetes encontram-se à venda nos locais habituais e custam 10 euros.
De 18 a 21 de Setembro a peça passa para o Teatro Municipal Mirita Casimiro, no Monte Estoril, onde pode ser vista no mesmo horário.
De 24 a 28 de Setembro a companhia leva A Canção de Setembro aos Recreios da Amadora, de quarta-feira a sábado às 21h30 e domingo às 16h00.
Esta é a 39ª produção do Teatro Aloés. Tem duração aproximada de 1h30, com intervalo.