De braços estendidos no ar, a tentar tocar nas bolas que preenchem o Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, poucos são os que mostram pressa em sair da sala, no final de Slava’s Snowshow. O espetáculo já não é novidade, mas continua provocar grande encanto. O famoso palhaço regressou a Portugal e depois de três espetáculos no Porto, Slava vai ficar em Lisboa até ao dia 11 de outubro.
A mímica e o excelente domínio da técnica de expressão corporal fazem com que Slava não precise de dizer uma única palavra para comunicar com a plateia, durante cerca de hora e meio de espetáculo. Uma performance surpreendente, cheia de cor e marcada por músicas que nos saltam facilmente da memória: a força de Chariots of Fire de Vangelis, o dramatismo de Aranjuez ou a alegria do ritmo brasileiro de Mas Que Nada. Tudo isso, combinado com o efeito surpresa de alguns momentos faz com que este seja um dos espetáculos mais queridos do público, por todo o mundo. O tipo de humor aqui praticado esbate fronteiras e chega a emocionar em alguns momentos. São muitos os adultos que se revêm no sonho de navegar num barco que é afinal a cama, os cortinados a fazer de vela, com a vassoura a estilizar a proa. E em caso de perigo, a mesma vassoura pode ser usada como arma para afugentar os maiores pesadelos.
Não há uma história com principio, meio e fim, mas uma sucessão de cenas muito diferentes entre si. Algumas já a precisar de atualização, uma vez que o espetáculo foi criado em 1993 e tem andado em digressão deste então. É o caso da peça dos telefones analógicos, cuja compreensão será limitada para os que nasceram nas últimas duas décadas e desconhecem o funcionamento das velhas tecnologias.
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A teia que todos envolve, a espetacular tempestade de neve de papeis que se abate na sala quase no final da apresentação e o lúdico encerramento com as bolas gigantes a prender os espetadores até ao apagar de luzes faz com que este espetáculo, para toda a família, fique gravado na memória.
Slava’s Snowshow pode ser visto no Grande Auditório do CCB até ao dia 11 de outubro às 21h30, dias 10 e 11 também às 17h00.
Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva