Serões Musicais Regressam Ao Palácio Da Pena Dia 1 De Março

De 1 a 30 de março de 2019, sempre às 21h00, o ciclo Serões Musicais no Palácio da Pena apresenta, ao longo de cinco fins de semana, sete programas musicais distintos divididos por dez concertos, que evocam os saraus realizados no Salão Nobre, na segunda metade do século XIX.

O Salão Nobre do Palácio será o cenário para se revisitar as vivências musicais oitocentistas, trazendo à memória os serões promovidos por D. Fernando II – o rei-artista, e a sua segunda mulher, a Condessa d’Edla.

A 5ª edição deste ciclo é dedicado à interação entre a música e os ambientes culturais da época, em particular o literário, com destaque para a figura de Gustave Flaubert, e à exploração dos estilos musicais e dos géneros vocais característicos do período romântico, em sucessivas viagens no tempo ao interior dos salões oitocentistas.

Tal como é habitual em todas edições, os Serões Musicais recebem artistas consagrados e dão também espaço a jovens valores.

O ciclo Serões Musicais no Palácio da Pena é um iniciativa conjunta da Parques de Sintra e do Centro de Estudos Musicais Setecentistas em Portugal (CEMSP), tendo por diretor artístico o maestro Massimo Mazzeo.

As propostas da edição de 2019 do ciclo Serões Musicais no Palácio da Pena incluem três recitais instrumentais, um recital dedicado à interação entre a música e a literatura da época, e três recitais dedicados a diferentes géneros vocais, cada um deles apresentados em duas datas distintas. O ciclo inicia-se com dois concertos, um em que se destaca o violinista Bruno Monteiro e outro com a apresentação a solo da pianista Marta Menezes.

Segue-se um concerto do Lumennis Trio, um agrupamento de clarinete, violoncelo e piano que ganhou o 2.º Prémio Nível Superior em Música de Câmara no Jovens Músicos 2018. A proposta seguinte é um recital dedicado à relação entre Gustave Flaubert e Louise Colet, relacionando a música e a literatura da época. Os Serões Musicais propõem, depois, uma viagem a um salão oitocentista, com canto e piano, a que se segue um concerto dedicado ao Lied, a canção, por excelência, do ambiente romântico alemão. Esta edição termina com um recital de Elisabete Matos, cantora lírica portuguesa consagrada a nível internacional.

No primeiro Serão Musical deste ciclo, a 1 de março, o violinista Bruno Monteiro e o pianista João Paulo Santos atravessam a quase totalidade do século XIX, com composições de Mendelssohn, Brahms, Wieniawski, Kreisler, Gluck, Sarasate e do português Luiz Barbosa.

No dia 2 de março, a jovem pianista Marta Menezes apresenta, a solo, um programa que facilmente podia ter sido interpretado por José Vianna da Motta, protegido de D. Fernando II e da Condessa d’Edla. Neste concerto, ouvir-se-ão obras de Beethoven e de Franz Liszt, autores de referência para Vianna da Motta, e, por fim, também obras deste último, enquanto discípulo de Liszt. Do programa faz parte igualmente a “Sonata n.º 3, em Si menor”, de Chopin, uma das grandes obras-primas para piano do século XIX.

A 8 de março, o Lumennis Trio, apresenta um programa que celebra a música de câmara. Do repertório destacam-se obras da juventude de Beethoven e de Mikhail Glinka, e composições tardias de Johannes Brahms e de Max Bruch.

O concerto de 9 de março cumprirá uma das linhas orientadoras da programação deste ciclo, que consiste na recuperação da interação entre a música e os ambientes culturais do século XIX, em particular o literário. Este é um recital que funde o canto e a literatura, com a canadiana Siphiwe Mckenzie, soprano que já marcou presença nos Serões Musicais de 2017. A acompanhá-la estarão, ao piano, João Paulo Santos, e o ator André Gago, que irá ler excertos da correspondência trocada entre Gustave Flaubert e Louise Colet. Os três recriarão um serão literário-musical doméstico ao gosto francês, com alguns dos mais destacados autores de mélodies, como Gabriel Fauré, Reynaldo Hahn ou Henri Duparc. O espetáculo, que parte do século XIX para abraçar o século XX, contará ainda com peças para piano de Chopin, Schumann e Poulenc e com dois temas para cinema de Auric e Tiersen.

Nos dias 15 e 16 de março, o Salão Nobre do Palácio da Pena recebe um concerto de caracterização de época, com pesquisa musicológica realizada por Luísa Cymbron e por João Paulo Santos. Este espetáculo pretende recriar uma viagem ao interior de um salão da época, no qual a execução de música doméstica em ambiente familiar era prática popular e na qual o papel da mulher era fundamental. É protagonizado pelos sopranos Rita Marques e Ana Franco, o mezzosoprano Ana Ferro e, ao piano, Joana David, Nuno Margarido Lopes e João Paulo Santos.

O jovem barítono André Baleiro e o pianista David Santos recordam, nos dias 22 e 23 de março, Robert Schumann, a segunda grande figura na evolução histórica do Lied, depois da contribuição enorme e genial de Franz Schubert. Todas as composições apresentadas datam de 1840, ano em que Schumann compôs quase 140 Lieder, muitos deles de grande qualidade. Do programa destacam-se as 12 canções sobre poemas de Justinus Kerner, a mais negligenciada de entre as grandes coleções de Lieder de Schumann.

O sétimo e último programa, nos dias 29 e 30 de março, tem a presença de Elisabete Matos, soprano que já pisou os mais conceituados palcos do mundo, e que se apresenta, pela primeira vez nos Serões Musicais no Palácio da Pena. Ao seu lado, no piano, estará Cristóvão Luiz. Nestes dois concertos do último fim de semana do ciclo, que têm como pano de fundo os 150 anos da morte de Hector Berlioz, apresentar-se-ão composições de três autores latinos – um catalão, um francês e um italiano – com textos e atmosferas bastante distintos, seguidas de cinco canções de Richard Strauss, o último grande cultor da tradição do Lied germânico.

Os bilhete por concerto custam 15 euros e o preço de bilhete para o ciclo (7 concertos, nas datas: 1, 2, 8, 9, 15, 22 e 29/03) custa 89 euros, e estão à venda nas Bilheteiras da Parques de Sintra, Postos de Turismo de Sintra e Cascais e outros locais habituais.

Autor:Texto de Ana Francisca Bragança
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