Salão Nobre do Palácio da Pena em Sintra como novo

snobre_01Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva

A luz, brilho e cor dos objetos expostos são reveladoras do restauro recentemente concluído ao Salão Nobre do Palácio da Pena em Sintra. O projeto implicou um investimento de cerca de 262.500 euros e os trabalhos estenderam-se por três anos. Contemplou a reabilitação geral das infraestruturas, a revisão do pavimento e o restauro dos revestimentos de madeira e estuque, dos lustres, dos vitrais e do mobiliário especialmente encomendado por D. Fernando, incluindo peças em reserva e porcelanas.

Com recurso a informação histórica e ao apoio de consultores procurou-se representar o Salão Nobre de acordo com a sua versão original, como se o Palácio tivesse acabado de abrir portas. Um dos grandes desafios terá sido a identificação da cor original das paredes, feita através de análise cromática em laboratório cujo resultado levou um mês a ser alcançado.
Recorreu-se ainda às mais recentes tecnologias de forma a se tirar melhor partido desta obra: a colocação de tiras de LED no exterior das janelas permite que os vitrais possam ser observados durante o período noturno; a adoção de um sistema inovador de deteção de incêndios com aspiração noturna do ar e sem recurso a caixas no teto; a opção por lâmpadas de tecnologia LED não só para reduzir consumos e prevenir incêndios como também para não ter impacto na deterioração do acervo.

O Palácio da Pena foi construído a partir de 1839 por iniciativa de D. Fernando II, e é um notável monumento do romantismo. Inspirado nos castelos da Baviera, foi construído sobre as ruínas de um antigo convento na serra de Sintra. A obra foi entregue a Wilhelm Ludwig von Eschwege, o geólogo e geógrafo, mas também amante de arquitetura que em conjunto com o próprio  D. Fernando elaborou os planos para o Palácio da Pena. O projeto recebeu intervenções do rei consorte, casado com a rainha D. Maria II, que introduziu arcos ogivais, torres de sugestão medieval e elementos árabes, bem como uma imitação do Capítulo do Convento de Cristo de Tomar. D. Fernando terá encontrado no trabalho de Eschwege a flexibilidade necessária à implementação das suas ideias.

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