Lilith, a primeira mulher de Adão, abandonou o Paraíso para encontrar um outro, o da linguagem. Este trabalho de João Garcia Miguel, sobre o texto de Francisco Luís Parreira, retoma um mito judaico esquecido.
Com musica de Rui Gato e interpretação de David Pereira Bastos, Konstantinos Koutsolelos, Stamatina Pergioudaki e Sara Ribeiro.
A primeira mulher de Adão, Lilith, enfastiada com o paraíso e depois de discutir com Adão a respeito de quem é que devia ficar por cima, dirigiu-se aos altos portões e saiu dali para fora. Começou a dormir com os demónios que andavam por ali à volta, a espreitar por cima dos muros. Isto é tudo o que dela diz a mitologia judaica: que foi a primeira prostituta. O que a mitologia não diz é que, deste modo, ela abandonou um paraíso e foi ter a outro: o paraíso da linguagem. Sobre o palco, duas atrizes e um ator, o fundo narrativo projeta a situação mítica para a atual prosa do mundo, articulando memórias, instantâneos, hábitos de passagem em que por vezes se deixa ouvir, sobretudo quando estamos nus uns com os outros, o resto de um terrível silêncio da mitologia.
A peça estará em cena de 3 a 7 de Outubro na sala principal do teatro S. Luiz, de quarta a sábado as 21h30 e domingo as 17h30.
Haverá uma sessão em língua gestual portuguesa no dia 7 de Outubro as 17h30.
O preço dos bilhetes varia entre 13 e 17 euros, sujeito a descontos.
Reportagem de Sara Santos