Rolling Stones com Bruce Sprigsteen fazem a surpresa da noite no segundo dia do Rock in Rio Lisboa

RIR02_67Reportagem de António Silva, Sara Santos e Tânia Fernandes

As guitarras marcaram presença no segundo dia de música do Rock in Rio Lisboa, com grandes mestres a atuar perante uma plateia de 90 mil pessoas. Bruce Springsteen foi a grande surpresa da noite, numa atuação relâmpago com os Rolling Stones. The Boss e Mick Jagger dividiram o palco em “Tumbling dice” um tema de “Exile on Main St.”, álbum dos Stones lançado em 1972.

Às 15h00, quando abriram as barreiras de segurança, ficámos a saber que ainda existem super-fãs dos Rolling Stones. A subida feita em modo de corrida, até à entrada do recinto, prova que o interesse pela banda atravessa gerações. Os mais novos continuam a ouvir a banda que os pais e avós viram crescer. O Parque da Bela Vista vestiu-se de encarnado para receber a mítica banda. Línguas vermelhas foram invadindo o espaço ao longo do dia, em apontamentos decorativos, t-shirts, calças e estampas. A corrida às atrações começou mais cedo, com o já habitual passeio pelas zonas de lazer do parque, à chegada. Frankie Chavez, no Palco Vodafone, entregou-se à guitarra e tocou para uma grande plateia, deixando temas como “Another day” (que faz parte da novela Sol de Inverno) e “Don’t leave tonight”. Com “Heart & Spine”, o seu segundo álbum, editado recentemente, feito com a ajuda de uma campanha de crowdfunding, o português aproveitou para apresentar aqui alguns dos novos temas.

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O Palco Mundo abriu mais uma vez com um formato em estreia de estrelas: Rui Veloso, Lenine e Angélique Kidjo. O primeiro alinha pelo blues em Portugal, o segundo é um famoso cantor e compositor brasileiro e a terceira é uma cantora e dançarina do Benim, que trouxe o calor de outras paragens a este espaço. Subiu ainda ao palco o grupo Shout que acompanhou esta formação musical em determinados momentos. O público seguiu as que conhecia, como “Lado Lunar”, “Chico Fininho”, “Prometido é devido” ou “A Paixão” e deixou-se seduzir com a atuação cheia de boa energia de Angélique Kidjo  em “Redemption Song” e “Voodoo Child”. A cantora fez questão de vir junto do público e muitos foram os que se aproximaram para tocar e até abraçar esta diva.

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Seguiram-se os portugueses que dispensam apresentação e têm tido presença sempre confirmada no Rock in Rio. Sem grandes surpresas, deram a ouvir o que todos queriam. Um alinhamento marcado pelos grandes êxitos, com a dedicação e empenho que põe sempre nas apresentações ao vivo. “Contentores”, “Homem do Leme”, “À Minha Maneira”, “Maria” são temas já mais conhecidos do que a história de Portugal. Atravessar o recinto por esta altura é já uma façanha que pode demorar dezenas de minutos. Há quem se comece a posicionar, para os cabeça de cartaz, mas também quem queira conhecer as novidades que as lojas apresentam. Logo a seguir ao fogo-de-artifício entrou Gary Clark Jr, o guitarrista americano, numa exímia atuação de blues. De poucas palavras, provou que o domínio é mesmo nas cordas que manipula com grande destreza. Mas o público aguardava ansiosamente pelos grandes do Rock’n’Roll.

E a entrada foi logo para arrasar com “Jumping Jack Flash”. De casaco prateado, Mick Jagger é o mesmo de sempre. Frenético, com o timbre de voz que identificamos sem ser preciso ver a imagem, o relógio do tempo que não dá sinal de passar por aquelas paragens. Seguiu-se o também muito desejado “It’s Only Rock and Roll”.

A grade surpresa da noite deu-se com a entrada de Bruce Springsteen. Alguma imprensa já tinha dado conta da passagem do músico pelo país, de férias, mas nada levava a crer que os titãs se alinhassem no palco. Passada a emoção do dueto, o próprio Mick Jagger sentiu necessidade de “acalmar” os ânimos e anunciou algo mais calmo e até romântico como “Wild Horses” para logo a seguir voltar a espicaçar o público profetizando que Portugal vai defrontar Inglaterra na final da Copa do Mundo. Esforçando-se sempre por dizer algumas palavras em Português, o cantor foi mantendo interação com o público que aplaudia efusivamente a cada fala. Para “Respectable” a banda convidou o antecessor, Gary Clark Jr. E seguiram-se momentos de solos e riffs que com as lendas Keith Richards e Ron Wood a tomar conta da casa.  Com “Honky Tonk Woman” voltaram a granjear o coro do público que voltou a afinar para “Miss You”. Generoso, Jagger agradeceu a qualidade da prestação da plateia da Bela Vista. “Estão a divertir-se?” e sem precisar de esperar pela resposta arranca com o poderoso “Start Me Up” seguido de um flamejante” Sympathy for the Devil” com o cantor a aparecer num cenário em chamas vestido com um traje diabólico. É dos antigos sucessos da banda que o público gosta, é isso que a banda dá. “Brown Sugar” remata as duas horas de concerto com o cantor a usar um dos chapéus de palha dos patrocinadores que muitos dos presentes trazem. Um coro faz calar os protestos que se fazem ouvir depois da retirada da banda de palco. Interpretam, de forma única, “You Can’t Always Get What You Want”. A fechar, “(I Can’t Get No) Satisfaction” que aos primeiros acordes deixa a multidão num verdadeiro reboliço entre os que querem sair antes do concerto acabar, porque depois não há como, e os que querem ficar porque não há razão suficientemente forte no mundo para voltar costas a este tema.

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A entrada de Bruce Springsteen foi surpreendente, mas todo o concerto foi dentro do que se esperava. Numa elevada fasquia de qualidade, entenda-se. A festa continua hoje na Cidade do Rock com o metal mais duro de Queens of the Stone Age e Linkin Park atrair os faz de rock mais pesado. Ainda há bilhetes disponíveis ao preço de 61 euros.

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