azões Imprevistas. Retrospectiva de Fernando de Azevedoem exposição no CAM

FA_01“É a primeira vez que se reúne, num espaço, uma quantidade tão grande de peças deste artista” refere Leonor Nazaré, curadora da exposição Razões Imprevistas. Retrospectiva de Fernando de Azevedo, que abre hoje ao público no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian.

Entre colagens, pinturas, desenhos, ocultações e figurinos, são cerca de duas centenas as peças agora em exposição deste artista que foi uma das figuras centrais do surrealismo português e um dos elementos do Grupo Surrealista de Lisboa.

“Fernando de Azevedo era também um homem da casa” sublinhou Leonor Nazaré, pois esteve ligado à Fundação Calouste Gulbenkian desde 1962 e ao longo de quatro décadas, tendo sido diretor do Serviço de Belas-Artes. No entanto, “a sua colaboração estendeu-se, praticamente a todos os serviços da Fundação” refere a curadora. Não é por isso de estranhar que em mostra se encontrem também trabalhos seus de ilustrações, figurinos e estudos para cenários da extinta Companhia de Ballet da Gulbenkian, e trabalho gráfico.

Do seu vasto trabalho, realizado ao longo de seis décadas, vale a pena ver com atenção os seus trabalhos de colagens, num encaixe sucessivo de referências do mundo da arte, com a introdução de gessos, pautas, esculturas e pinturas famosas nas suas composições.

Uma das obras de referência de Fernando de Azevedo, pintor, está também patente nesta exposição. “A Paisagem” cujo poiso habitual é o café “A Brasileira” foi devidamente limpa e restaurada e apresenta-se de cores bem vivas, recordando-nos os tons verdes da Sintra que retrata.

A área dedicada às ocultações também é de paragem obrigatória. Trata-se de um processo que tem origem no trabalho de Max Ernst. O artista pegava nas revistas impressas e, com tinta preta, ocultava partes, dando origem a formas muito orgânicas. Leonor Nazaré salienta a irreversibilidade total do processo e identifica, neste processo, as assunções do Surrealismo pela evidente “expressão do acaso e a emergência do inconsciente”.

Razões Perdidas é uma exposição retrospetiva do trabalho de Fernando de Azevedo, que pode ser visitada no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian até ao dia 7 de julho de 2013, de terça a domingo, das 10h00 às 18h00.

Reportagem de Tânia Fernandes
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2 Comentários

  1. O nome da exposição não foi “Razões Perdidas de Fernando de Azevedo”, mas sim
    “Razões Imprevistas. Retrospectiva de Fernando de Azevedo”.

    Obg.

    Leonor Nazaré

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