Quinta de Santa Bárbara: um refúgio escondido em Constância

Na confluência do Zêzere com o Tejo, está uma pequena colina: Constância, a bonita e histórica vila onde se situa a Quinta de Santa Bárbara, rodeada de belas paisagens. Após ter sido pertença de D. Francisco de Melo Sampayo, amigo do poeta português Luis de Camões, esta casa do século XVI foi transformada em capela por padres jesuítas, que aqui viveram até 1759.

A quinta foi adquirida na década de 70 pelo actual proprietário, que a adaptou a uma casa de turismo rural, dotando-a das comodidades necessárias para o efeito, como por exemplo uma casa de banho por quarto, aquecimento, ar condicionado, água canalizada e electricidade e televisão na sala de estar (sim, porque quem vem para um hotel de turismo rural vem para descansar e aproveitar as vantagens do campo e afastar-se do corropio da cidade).

Neste solar de outros tempos, quem aqui “se refugia” pode escolher um dos cinco quartos da residência, ou uma das duas suites (principal e capela), cada um baptizado com o nome de um poeta ou de um nobre, ou rei do tempo do criador da ilha dos amores, Camões, D. Sebastião, são dois dos quartos à escolha, cada um deles personalizado, com uma cama única e varanda (com vista para o Zêzere ou para o verde da Quinta), fazendo de uma noite aqui uma experiência para recordar.

Das duas suites, a Principal dispõe de um quarto com duas camas, sala privativa com lareira e televisão, e a Capela com uma cama queen-size, lareira no quarto, saleta e acesso privativo ao coro da Capela do Solar.

O pequeno-almoço, no salão principal também promete ser único, recheado de produtos da região, com o sabor e o carinho, dos produtos feitos por quem sabe. Sumo de laranja natural, compotas, queijo, pão da região, ovos, leite, café (ou chá) e cereais compõem o repasto matinal que espera o visitante quando acorda.

Depois de um reforçado pequeno-almoço sugere-se um passeio no exterior, a pé, de bicicleta, a cavalo, ou de carro até à vila ou ao rio, onde um passeio de barco é outra das propostas para passar o tempo nesta idílica paisagem. O castelo de Almourol, a cidade de Tomar, ou a capital do cavalo – a Golegã são outras zonas a descobrir e que convidam a um passeio recheado de segredos e mistérios.

Complementa a oferta da Quinta de Santa Bárbara, um restaurante de comida secular – o Refeitório Quinhentista, também aberto ao público em geral. Aqui, as refeições são especialmente preparadas com todo o cuidado e carinho, para que todos possam desfrutar dos verdadeiros paladares da região, principalmente de alguns pratos cujas receitas estão na família do proprietário há gerações, como “Couve Tronchuda com Bacalhau” ou “Favada d’arroz à Eça”, entre outros pratos só disponíveis perante encomenda prévia.

Depois de uma boa refeição, um café ou um digestivo podem ser tomados no bar Antiquário, o clube da quinta, seguidos de uma partida de damas, cartas ou até de snooker, até não apetecer mais e se partir de novo à descoberta da região ou regressar ao bulício da cidade.

Resort Clube de Campo Quinta da Morgada é a nova aposta imobiliária da Quinta da Morgada

Passados cerca de 25 anos a acolher hóspedes, a Quinta de Santa Bárbara vai entrar numa nova fase, em que vai acolher o novo “Resort Rural de Charme” Clube de Campo da Morgada, um projecto turístico – imobiliário da responsabilidade do promotor Manuel Faria (proprietário da Quinta da Morgada) e com um investimento de 8 milhões de euros.

Este projecto imobiliário, que está a ser desenvolvido na Quinta de Santa Bárbara, ocupa 16 hectares de terra, sendo 80% deles de zonas verdes em “ambiente revivalista”, e onde existe também um pequeno hotel de charme, propriedade da família do promotor desde 1970, e estão quase concluídas todas as infra-estruturas do projecto, como o saneamento básico, arruamentos, parqueamentos, jardins, espaços de lazer e recreio.

“A nova área da propriedade, baptizada de Clube de Campo da Morgada, vai dispor de 91 lotes e uma área máxima de construção de apenas 27 mil m2, e está vocacionado para primeira ou segunda habitação, destinada a 50% para habitantes locais e outros 50% a estrangeiros e pessoas de fora”, segundo explicou o promotor durante a apresentação à imprensa. O resort está rodeado por um muro, reconstruído com pedras da região na área onde estava o original, mandado construir por Dona Guiomar de Freire, “morgada de Punhete e senhora destas terras” e tem apenas um portão de acesso.

“O lote 91 é ocupado pela Aldeia da Torre, uma zona composta por 14 habitações, de tipologia T0 e T1, vocacionadas para férias e fins-de-semana, com áreas entre os 35 e os 150 m2, cujo preço varia entre os 48 e os 178 mil euros e que se os proprietários quiserem poderão ser disponibilizadas para alugar a agentes de viagem ou particulares, para férias ou fins-de-semana, pelo promotor do empreendimento, em alturas de não utilização pelos próprios”, explicou aos jornalistas Manuel Faria.

Os restantes 90 lotes são para habitação primária ou secundária, o valor do metro quadrado oscila entre os 90 e os 145 euros e estão divididos em palacetes, construídos em dez lotes com áreas de construção que podem chegar aos 550m2; Casas da Encosta, que ocupam 57 lotes, com áreas entre os 900 e os 1400 m2 e, com vista para o Vale do Tejo e oito lotes destinados às Cabanas do Lago, que podem ter entre 80 e 180 m2 de construção, à volta do lago, e que estão vocacionadas para férias e fins-de-semana.

Todas as casas respeitam a traça exterior estabelecida pelo projecto arquitectónico, da autoria dos Ateliês Santana e 4+, de linhas neo-góticas, revivalistas e românticas, com enquadramento na paisagem local e utilizando materiais da região. No interior, o promotor dá a possibilidade de estes só serem completados depois da aquisição das casas, ao gosto dos proprietários.

O resort dispõe ainda de um Club House, um hotel de charme (instalado num antigo solar, com cinco quartos duplos e duas suites), um restaurante – o Refeitório Quinhentista, de uma loja de conveniência -Dispensa do Refeitório e várias zonas para prática de desportos, tais como golfe, com um “Pitch and Putt” de 9 buracos, uma piscina, um centro hípico com 16 boxes e 5 baias e picadeiros ao ar livre e cobertos, uma sala de fitness (actualmente em construção), um court de ténis e um bar e salão de jogos, com mesa de snooker.

“Um espaço que respira história, onde o passado está presente, mas com as comodidades dos tempos modernos”, foi como Manuel Faria sintetizou ao C&H este projecto da sua responsabilidade.

Textos de Cristina Alves e Elsa Furtado
Fotos de Elsa Furtado
Artigo anteriorFestival de Músicas do Mundo arranca em Sines quarta-feira
Próximo artigoCarnaval da Bahia “invade” Altura e Monte Gordo em Agosto

Leave a Reply