Prémio Vasco Graça Moura Atribuído A Maria Do Céu Guerra

A atriz e encenadora Maria do Céu Guerra foi distinguida com o Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural, instituído pela Estoril Sol, pela sua carreira, de mais de cinco décadas, ligada às artes.

O júri deliberou atribuir o Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural, em quarta edição, à actriz Maria do Céu Guerra, “por se ter destacado, ao longo da vida, numa prática de cidadania cultural, enquanto actriz, que levou à cena e por diferentes modos divulgou os grandes textos da literatura portuguesa e, nessa intervenção, que manteve em ”A Barraca” como núcleo de irradiação cultural, formativo e vocacionado para a descoberta e criação de novos públicos”.

Instituído pela Estoril Sol, o Prémio, com periodicidade anual, foi criado em homenagem à memória de Vasco Graça Moura e é divulgado no dia em que celebraria o seu aniversário.

O Júri que atribuiu o Prémio, presidido por Guilherme D`Oliveira Martins, foi integrado por Maria Alzira Seixo, José Manuel Mendes, Manuel Frias Martins, Maria Carlos Gil Loureiro, Liberto Cruz e, ainda, por Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, pela Estoril Sol.

Biografia de Maria do Céu Guerra

Maria do Céu Guerra de Oliveira e Silva nasceu, em Lisboa, a 26 de maio de 1943 e foi aluna da Faculdade de Letras em meados da década de 60, onde frequentou o curso de Filologia Românica. Foi, ainda, neste período que começou a interessar-se por teatro e que integrou o grupo fundador da Casa da Comédia.

Posteriormente, em 1965, estreou-se nessa companhia, participando na peça Deseja-se Mulher, de Almada Negreiros, encenada por Fernando Amado. Nos cinco anos seguintes, profissionalizou-se no Teatro Experimental de Cascais, onde participou num vasto conjunto de peças dirigidas por Carlos Avilez, das quais se destacam Esopaida, de António José da Silva (1965); Auto da Mofina Mendes, de Gil Vicente; A Maluquinha de Arroios, de André Brun; e A Casa de Bernarda Alba, de García Lorca (1966), D. Quixote, de Yves Jamiaque e Fedra, de Jean Racine (1967), O Comissário de Polícia, de Gervásio Lobato e Bodas de Sangue, de Federico García Lorca (em 1968) e Um Chapéu de Palha de Itália, de Eugène Labiche (1970).

Em meados dos anos 70, integrou o grupo fundador do Teatro Adóque e fundou, em 1975, a companhia de Teatro A Barraca, onde interpretou peças como Calamity Jane (1988); A Cantora Careca (1992), de Eugene Ionesco; e O Avarento (1994), de Molière, entre muitos outros.

A 24 de Agosto de 1985 foi distinguida como Dama da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada e, nove anos depois, recebeu o título de Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique. Em 2006, estreou, na Comuna, Todos os que Caem, de Samuel Beckett, com encenação de João Mota, sendo premiada com um Globo de Ouro pela sua interpretação.

Foi também duplamente premiada no âmbito cinematográfico, arrecadando o Globo de Ouro de Melhor Actriz de Cinema e ainda o Prémio Sophia de Melhor Actriz pelo seu desempenho no filme Os Gatos não têm Vertigens (2015), e participou, também, noutras produções televisivas e cinematográficas.

Autor:Texto de Rosa Margarida
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