Pura poesia musical, que ganha força ao vivo e deixou a plateia do Teatro Tivoli BBVA ontem estarrecida, a aplaudir de pé. Sala esgotada, a repetir apresentação hoje. Seguem depois em digressão pelo país.
Tocaram durante pouco mais de uma hora, num pingue pongue de vozes, alternando entre Marcelo e Mallu, o par romântico desta feliz história. Timbres que se complementam, mas não se sobrepõem. Versões curtas, algumas a puxar mais riffs do que o registo original dão para perceber o potencial da base.
Começaram com “Cidade Nova”, passaram para “Me Sinto Ótima” e “Hey Nana” e arrumaram logo no início com o tema mais conhecido do álbum de estreia “Mais Ninguém”, em versão mais acelerada. Tempo também para apresentar versões de temas que compõe a carreira de cada um deles. “Olha só, Moreno” e “Velha e Louca” de Mallu Magalhães, na primeira, com a cantora a ficar sozinha em palco, em proximidade total com o público e em harmonia com o ambiente, momentaneamente silencioso. Voz doce, pose de menina, que dança abraçada à guitarra. “Doce Solidão”, “Janta” ou “Morena” de Los Hermanos, banda liderada por Marcelo, também aqui tiveram o seu espaço. No vértice desta banda encontra-se em Fred Pinto Ferreira, baterista, filho de Kalú, dos Xutos, que tem vindo a marcar presença em projetos como Orelha Negra, Buraka Som Sistema, Os Dias de Raiva ou Oiaiai.
Agradecem emocionados a presença de todos nesta estreia, inclusive às famílias que fizeram questão de não faltar. Há quem não tenha resistido a dar uma palavra mais próxima a Mallu e, aproveitando a total ausência de barreiras, tenha com toda a calma subido ao palco. A mesma ponte, foi aproveitada no final por Marcelo para chegar à plateia, onde se sentou em frente à primeira fila a solar. Coro a gerar emoção com “Dia a Clarear” e um cheirinho de ritmos mais brasileiros em “Sambinha Bom” de Mallu Magalhães.
Fecharam com “Muitos Chocolates”, a deixar a boca doce pelos muitos que ali passaram.
Pena mesmo a escolha da sala, válida para registos mais tranquilos, mas que se revela ensurdecedora quando o ritmo aumenta.
A Banda do Mar volta a tocar hoje no Treatro Tivoli BBVA às 21h30 e depois segue para Faro (Teatro Faz Figuras a 13 fevereiro), Guimarães (Centro Cultural Vila Flor a 21 de fevereiro), Beja (Teatro Pax Julia a 28 de fevereiro), Ílhavo (Centro Cultural a 7 de março), Ponta Delgada (Teatro Micaelense a 14 de março), Ovar (Centro Cultural a 15 de maio) e Braga (Theatro Circo a 16 de maio).
Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva