Patxi Andion apresentou Porvenir no Centro Cultural de Belém em Lisboa

Reportagem de Madalena Travisco e Joice Fernandes

patxi_andion_09Patxi Andion veio a Portugal apresentar o álbum Porvenir, que marca o regresso do músico ao fim de 11 de anos de silêncio.

O cantor espanhol nascido em 1947 – ibérico nas causas que o tornam acarinhado dos dois lados da fronteira – cantou o amor e a resistência no seu estilo e voz tão próprios. Num palco negro, onde por vezes se ergueram placas com cor, “Posiblement” marcou o início do concerto e despertou os primeiros dos muitos “Bravooo” e aplausos.

Antes da terceira canção, dirigiu-se ao público: “Boa noite, sinto-me muito contente de estar aqui e de cantar neste lugar incrível”. Apesar de a mãe se ter surpreendido por ele ainda andar nisto [das canções], o novo trabalho quer mostrar que as coisas mudam muito menos do que achamos que mudam e que todo es porvenir. “Siempre és Nunca”, acompanhado pelo som da harmónica de António Serrano arrancou fortes aplausos.

Aplausos maiores ouviram-se com as canções que o acompanham há muito anos ou como ele disse “Não preciso de cantá-las. Saem quase sozinhas”: “Samaritana” foi disso exemplo: (…) Perdóname la versificación, de tu recuerdo he hecho una canción, mi mala letra y hasta ese borrón, perdona el tono y el vocablo “amor”(…).

Dividiu duas canções com Jorge Fernando, acompanhado de Custódio Castelo na guitarra portuguesa, em homenagem à estrela do fado que conheceu em Alfama quando veio cantar pela terceira vez a Lisboa: “Minha Alma d’amor Sedenta”, de António dos Santos e um poema do Cancioneiro de Fernando Pessoa: “Vaga, no Azul Amplo Solta”. Outra canção sem nacionalidade, ou mais portuguesa do que espanhola como Patxi disse, e ainda acompanhada por Custódio Castelo na guitarra, começou entre aplausos: 20 años de estar juntos / Esta tarde se han cumplido / Para ti flores, perfumes / Para mi, algunos libros / No te he dicho grandes cosas (…)

Tempo ainda para revisitar o “1, 2 y 3” numa nova versão. Quando se despede, agradecendo, volta logo de seguida e diz: “Esta é uma música que cada um tem que se sentir. É só para cada um de vocês. Não é para vocês. É para cada um de vocês:” Canta o “Aqui”.

Para o público de pé, que não demove, pede para cantar só mais uma com que termina: “El Maestro”.

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