Reportagem de Teresa Leal (Texto e Fotos)
O C&H teve o privilégio de ir descobrir este fim-de-semana algumas das novidades e não resistiu a partilha-las.
No Páteo Alfacinha é possível desfrutar de dois restaurantes, a Horta, durante o verão com a sua esplanada e a uma vista deslumbrante sobre o casario de Lisboa, olhar a perder de vista, levando-nos até ao rio, à Ponte e ainda mais além. Os dias quentes estão a chegar e esta esplanada, construída num típico terraço português, promete deslumbrar todos os visitantes.
No inverno ficamos-nos pela Mercearia, o nome nasce do novo conceito, em que os clientes podem comer no restaurante e adquirir alguns dos produtos ali consumidos e leva-los para casa. Com vista também deslumbrante sobre Lisboa mas numa versão mais acolhedora, a Mercearia recria o ambiente campestre e típico de Portugal. As ementas, inspiradas na cozinha tradicional portuguesa, são concebidas com ingredientes frescos, provenientes de produtores especialmente seleccionados.
Da ementa faz parte uma interessante tábua de queijos, todos portugueses, que vão variando à medida que acaba o stock, permitindo sempre novas experiências, bem como uma boa variedade de enchidos, todos alentejanos, a fazer lembrar os sabores ricos do campo.
Ainda nas entradas, os ovos rotos com chouriço de Porco Preto e os Cogumelos com Azeite Virgem Alho Su´Alma e o Camarão em Polme Frito com Ervas Aromáticas “Sabores do Monte” conduzem-nos numa viagem através de uma variedade de sabores muito agradável.
Da carta, que aposta nos sabores portugueses, uma excepção: o arroz bomba, vindo de Múrcia, na vizinha Espanha.
Na nossa visita, optámos por provar os petiscos, uma escolha que se revelou a mais acertada, pois assim conseguimos provar o máximo número de pratos possível. Nos peixes a opção recaiu sobre o Lombo de Atúm com Cebolada e o Bacalhau Asa Branca com Arroz Calasparra, Tomate e Poejos; na carne, o Carré de Borrego com Castanhas Caramelizadas com Hidromel e as Almôndegas de Lebre com Flor de Sal “Sabores do Monte”, foram as escolhas, a acompanhar, um vinho tinto.
Para sobremesa, escolhemos o Creme Brulée, queimado na altura; e o Chesecake, diferente do que estamos habituados, a fazer lembrar um bolo suave que se derrete na boca. A rematar, doce de ananás e manga e ainda doce de abóbora e nozes, duas tentações à venda na mercearia.
Para quem quiser tentar estas aventuras culinárias em casa, no espaço da mercearia é possível adquirir produtos regionais variados como o Hidromel (dizem que é a bebida mais antiga do mundo), a Flor de Sal “Sabores do Monte”, Ervas “ Sabores do Monte”, Azeite Virgem Extra com Alho Su´Alma, Licor de Poejo Su´Alma, Choriço de Porco Preto, Atúm Santa Catarina, Mel de Frutos Secos “Apiagro”, Vinagre de Mel “Apiagro”, Arroz Bomba Calasparra, Bacalhau Asa Branca, vinhos de varias regiões de Portugal, doces, compotas, e muito mais.
Do projecto original de 1981, que pretendia ser uma homenagem à Lisboa de outros tempos, idealizado por Vitor Seijo, podemos ver espaços de habitação popular; de comércio tradicional, como uma barbearia, uma taberna, uma padaria, e uma cervejaria; um antiquário; oficinas; e ainda uma capela e salões nobres.
Atualmente o Páteo Alfacinha não é só um espaço de Restaurantes e Mercearia, pela mão de Miguel Seijo, neto do fundador, fomos levados numa visita guiada. Espaços para eventos; uma capela; escritórios; uma exposição de arte (com peças de Teresa Rego, Tim Madeira e Jean-Frédéric Bourdier); e ainda uma fábrica de azulejos (onde trabalham já alguns artesãos); compõem este pequeno mundo, escondido em plena Ajuda.
A reconstituição dos espaços foi toda feita com materiais originais, trazidos de outros locais e utilizando materiais duradouros. Por isso, quem visita o Páteo tem a sensação de que aquela construção é original de época. Construído para ser um museu vivo, o Páteo preserva algumas tradições lusas, como a calçada portuguesa, as ferrarias, as pedras, o azulejos, trazendo à vida o lado pitoresco da cidade. Tudo razões que só por si merecem uma visita.
O Páteo Alfacinha fica na Rua Guarda-Jóias 44, 1300 Lisboa, próximo do Palácio da Ajuda, e funciona das 12h30 às 15h00 e jantares à sexta-feira e sábado, das 19h30 às 22h30. Encerra à segunda-feira. Os preços dos pratos variam entre os 3 e os 14 euros, havendo em alguns casos a opção petisco ou prato, as sobremesas rondam os 3,50 euros.