A Orquestra de Câmara Portuguesa vai interpretar obras de Haydn, com a Sinfonia n.º 64 Tempora Mutantur, em Lá maior, Hob. I:96; de Sergei Prokofiev com a Sinfonia n.º 1, em Ré maior, op. 25, Clássica e a Sinfonia n.º 2, em Ré maior, op. 36 de Ludwig van Beethoven.
Haydn oferece-nos uma sinfonia tempestuosa, mas cheia de requinte. O 2.º andamento, Largo, cria sonoridades escuras, marcadas pelo silêncio, e o breve presto reserva-nos um desfecho recheado de energia explosiva.
Prokofiev tentou criar uma obra simples, enérgica e que resistisse ao tempo. E acertou: é uma das suas obras mais populares, amada pelos melómanos. Peça curta, atinge, no último andamento, um brilho extraordinário, exigindo virtuosismo e precisão da orquestra.
A obra de Beethoven foi escrita quando o compositor estava já muito surdo, a obra, que ao invés do habitual minueto tem um scherzo enérgico, chocou a sensibilidade da época, pelo carácter excêntrico do último andamento – perfeito para a energia e a espontaneidade emocional características da OCP.
Pedro Carneiro é considerado pela crítica internacional como um dos músicos mais originais da actualidade. Bolseiro da Fundação Gulbenkian na Guildhall School (Londres), concluiu as licenciaturas em percussão e em direcção de orquestra, com distinção. Seguiu os cursos de direcção de Emilio Pomàrico, na Accademia Internazionale della Musica,Milão.
Texto de Clara Inácio