Optimus Alive: Dia 3 com concerto de 30 Seconds to Mars a saber a pouco

Reportagem de Patrícia Vistas (texto) e Sara Santos (fotos)

No terceiro dia de Optimus Alive, mal pusemos pés no recinto e começámos logo a ouvir um burburinho de que qualquer coisa se passava no palco principal, não descurando, corremos para o palco Super Bock, pois estava a começar Angus & Julia Stone, dois irmãos australianos que se fazem acompanhar de uma banda (baterista, baixista e violoncelista).

Julia prova-nos que as meninas doces também sabem tocar guitarra freneticamente e teclados e trompete, um arraso esta miúda. Entre o agitado e o acústico, estes dois irmãos não pararamm de surpreender e o tema “Big Jet Plane” é cantado em coro, a tenda estava composta. Um concerto memorável, íntimo e a pedir uma repetição talvez numa sala como a Aula Magna.

Ainda sem alterações no palco principal, a preocupação era a segurança e por isso ainda não se sabia que horas iriam começar os concertos e quem subiria ao palco. Havia caras de pânico na multidão, estavam fãs sentadas na frente do palco desde as 15h00 para ver de perto o tão bonito Jared Letto com os seus 30 Seconds to Mars.

Voltámos à tenda do fundo, Fleet Foxes entraram em cena decididos a partir tudo, estavam eléctricos estes miúdos. Pela primeira vez em terras lusas, esta banda de Seattle apresentou temas como “Mykonos” , “Your Protector”, “White Winter Hymnal”, “Lorelai”, e terminaram com “Helplessness Blues”. Foi dos concertos mais energéticos e mágicos da noite, uma mistura que é sempre muito difícil de encontrar, mas que estes rapazes fazem tão bem.

Mas, o concerto da noite ainda estava por chegar, e quem sabe se não o concerto de todo o festival, Grinderman, liderado pelo fabuloso Nick Cave estava prestes a entrar em ação, no palco Super Bock (ainda sem notícias do palco principal e com fãs cada vez mais nervosos).

Nick entrou de guitarra em punho e ao primeiro acorde pôs todo o publico em êxtase, tocaram “Mickey Mouse and the Goodbye Man” com uma energia eletrizante, de arrepiar, uns verdadeiros animais de palco com uma astúcia brilhante. Nick sempre muito dedicado atirava-se para cima dos fãs, descia e subia ao palco, ora estava no meio da multidão ora estava em cena, ora estava de mãos dadas com os fãs pra a tocar guitarra num pedestal. Que senhor este Nick. Não podemos deixar escapar Warren Ellis, que na musica “Get it On”, a cantou deitado no chão, uma verdadeira excentricidade, um concerto único, uma espécie de transe, uma espécie de entrega.

As maiores explosões de rock ‘n roll passam-se quando são entoados os temas “Honey Bee”, ‘Kitchenette’, ‘No Pussy Blues’. De referir que este concerto foi o único no palco Super Bock que teve direito a encore, os fãs estavam determinados a não deixar escapar Nick Cave, e este correspondeu às suas expectativas, voltando e dizendo “Pronto, tocamos mais uma mas depois temos mesmo de ir embora!!!”, e assim foi. Obrigada Grinderman.

Já tarde da noite, começaram-se a ouvir burburinhos que dentro de pouco tempo subia ao palco, finalmente, 30 seconds do Mars, mas entrentato estava a começar Thievery Corporation que vieram abanar os fãs ao tom de reggae e ragga. Uma onda de relax para ir dançando e convivendo.
E no palco principal, finalmente entrava em cena Jared Leto e a sua banda – 30 Seconds to March, (o primeiro dos dois concertos que acabaram por se realizar no palco principal).

Cheio de pica e garra, Jared queria compensar os fãs por todo aquele atraso e toda a dúvida instalada. Ele queria fazer da nossa noite, “a melhor noite das nossas vidas” e bem tentou e bem se esforçou. Jared pegou no público, brincou, brindou, elogiou e cantou-lhe de coração. Mas, as más notícias estavam a chegar, o concerto teve de ser encurtado devido a todos os atrasos e problemas que ocorreram anteriormente, e um concerto que devia ter durado 2 horas, ficou-se pelos 40 minutos, para desagrado de tanta gente que esperava por este momento. Mas, não foi por isso que o concerto não esteve no seu melhor. Só lhe faltou mais tempo. Os singles foram cantados e entoados do início da multidão ao fim em “Closer to the Edge” e “This is War”, que pôs tudo aos saltos. No fim, não faltaram os confettis para dar cor ao todo aquele espetáculo. Foi bom, mas curto.

Esperava-se agora por Chemical Brothers, mas ainda tivemos tempo de ver a atuação de Slimmy, este artista do norte, tem uma excentricidade única, e sabe muito bem o que fazer com ela em palco. Com uma tenda meio vazia ainda fez os que o assistiam saltar e dançar.

E os Chemical Brothers entraram e parou o mundo, estávamos a assistir a um espectáculo de dança e foi assim de início ao fim. De levantar pó!

Após tanto desespero, tantas voltas, tantas perguntas, o terceiro dia estava finalizado.

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