Alive com Casa Cheia no Primeiro Dia

Imagine Dragons performs live on main stage at NOS Alive

O Passeio Marítimo de Algés acolheu ontem mais uma edição do festival Alive (agora NOS Alive), com casa cheia e muito calor. Um cartaz sedutor mas também intrigante. Os habituais cinco palcos, mas este ano com a inovação do Comedy Stage. Foi grande a fluência do público desde a abertura de portas, com maior concentração no palco principal para Imagine Dragons e mais tarde Arctic Monkeys.

O palco do Pórtico de Entrada acolhe o caminhar ritmado e animado dos adeptos de música com as guitarras a abrir que lhe são típicas sob um sol escaldante que se fez sentir com a chegada ao recinto. A corrida aos palcos é imposta pelas escolhas previamente feitas, mas decerto que o que caracteriza um bom festivaleiro é parar, ouvir, sentir o som e ficar numa relação de amante de música e de ouvinte, à descoberta de novos sons.

Ben Howard abriu o palco principal, pouco depois das 18h00 e conseguiu logo uma plateia muito bem composta, a acompanhar os seus temas. Com o público a reagir aos primeiros acordes  de “Black Flies” percebeu-se que, quem lá estava, sabia ao que ia. Apesar do som apresentar ainda algumas dificuldades, a banda conseguiu, sem grande necessidade de interação, envolver a plateia. “The Wolves” foi acompanhado em coro, com entusiasmo. Para o grande hit “Only Love”, só as vozes não chegaram e levantaram-se os braços, numa dança que acompanhou o refrão e que se prolongou em “Keep your head up”.

The Lumineers penduraram três grandes candelabros e ocuparam o palco com os seus instrumentos musicais. Num cruzamento de pop com folk trouxeram a boa disposição para o Optimus Alive. Todos aguardavam ansiosamente o mega hit “Ho Hey”, que surgiu logo ao início do concerto. Sem deixar cair o ânimo de quem ali estava, ensaiaram refrões e continuaram a festa. Wesley Schultz, o vocalista, a determinado momento, avançou sem receios para o meio do público, levou uma cadeira para cima da qual subiu e com a guitarra ao peito, daí continuou o concerto com “Elouise”, para grande espanto dos presentes. Na torre de som, empoleirado nas vigas, o acordeonista acompanhou esta nova modalidade de “ao vivo e em estereofonia”.

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Dançar impôs-se com o indie rock dos The 1975, de Manchester, com um grupo de fãs fiel cujos braços ritmavam ao som da voz de Matthew Healy. Dominaram o palco e o concerto cansou ainda com o sol no ar.

Para a “terra dos dragões” viajámos no palco NOS ao som de Imagine Dragons. Ainda de dia, mas já a permitir um bom trabalho de luzes, Algés vibrou com a apresentação de uma banda que, apesar de ter ainda só um álbum, alinha entre os primeiros.
Dan Reynolds não deixou ninguém indiferente puxando constantemente por Portugal, elogiando o público e com uma energia apenas libertada com as baquetas em ritmo alucinante, impôs a liderança num grupo que tem uma legião de fãs. Trouxeram novos arranjos para os temas já editados, atravessaram uma versão de “Song2” dos Blur e justificaram a passagem, à última hora, do palco secundário para o palco principal.
”On top of the world” arrebatou o público que ao som de uma batida eletrizada ecoou a “Radioactive” destes boys americanos que prometeram novo álbum e voltar a Portugal. “It’s time!”!

No palco Heineken, o concerto de Tiago Bettencourt teve na “Carta” o seu momento alto, com todos no público a acompanhar.

Interpol foi uma espécie de intervalo, em que ficaram só mesmo os fiéis, tendo as filas para as aéreas de restauração crescido consideravelmente. Abriram com “Say Hello To The Angels”, tendo passado por “Narc”, “Evil” e fecharam com “Slow Hands”. Anunciaram novo álbum e apresentaram por cá também alguns dos temas.

No carregar das baterias para o derradeiro concerto dos meninos britânicos do ártico, Elbow, senhores de palco, voz única de Guy Garvey embalou num tom seguro em “One day like this”. ”Grounds for divorce” obrigou a que o público perto e longe ecoasse Oh!Oh!oh!oh!oooh!

A noite convidava a uma visita ao Comedy Stage para apreciar Aldo Lima. O artista destaca-se pela sua linguagem corporal e um à vontade desorganizado, que lhe dá uma superioridade desconcertante em palco.

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Os britânicos Arctic Monkeys, cabeças de cartaz no primeiro dia chegaram com “Do I Wanna Know?”, sem surpresa na abertura de um concerto muito esperado. Alex Turner, na sua imagem fashionable, encanta e ritma as guitarras num garage rock. “Arabella”, “My Propellor”, Teddy Picker” arrombaram! “R U mine” permitiram que os festivaleiros regressassem a casa cheios de música, exaustos e com a certeza de que os sortudos voltam no dia seguinte.

As portas do  Alive voltam a abrir hoje, às 15h00, para mais uma maratona de rock. Em destaque hoje, no cartaz estão os The Black Keys. Cabe aos portugueses Buraka Bom Sistema baixar a cortina do palco principal. Para os indecisos de ultima hora, ainda há bilhetes è venda por 53 euros (1 dia) ou 89 euros (2 dias).

Reportagem de Miguel Quesada (fotografia), Marina Costa e Tânia Fernandes (texto)
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