O Rock Pesado Dos Scorpions Continua a Cativar

Reportagem de António Silva (Fotos) e Tânia Fernandes (Texto)

Scorpions
Scorpions

Na época em que o sucesso de uma banda era medido pela venda de discos, os Scorpions lideraram as tabelas, durante semanas consecutivas. Trinta anos depois, continuam a ter público na mão, como se viu ontem, na Altice Arena, lotada.

A banda alemã de rock pesado, continua na estrada e trouxe a Lisboa, esta quarta-feira, a Crazy World Tour. Antes havia também conquistado os fãs do metal mais duro, no Festival Copenhell, a que o C&H também assistiu (Copenhell: O Festival Dos Clássicos Heavy Metal). Portugal é destino frequente dos Scorpions e nem por isso o público esmorece. Comparece, grita por eles com fervor e de cartazes no ar, a pedir os sucessos de sempre.

“Rock You Like a Hurricane”, o tema com que encerraram a noite, é de 1994, e “Wind of Change” no início dos anos 90. Mas não perderam a atualidade e mesmo com os decibéis a lutar com a linha de conforto auditivo e as luzes a obrigar um sistemático piscar de olhos, os Scorpions são recebidos de braços abertos. A entrega dos músicos é total, desde o início do concerto.

A produção é cuidada. Há uma introdução de vídeo, com a imagem de um helicóptero a sobrevoar uma cidade e a entrada dos músicos em palco, é uma simulação de invasão. Klaus Meine, o vocalista, tem sempre um gesto para quem assiste, procurando tornar o momento especial e são inúmeras as vezes em que distribuem material pelo público (baquetas de bateria e palhetas de guitarra). Um incentivo à entrada na musica?

Até a saída dos fotógrafos do fosso é agraciada com gestos de saudação. São estrelas dos tempos idos, que se preocupam em pousar e agradar, multiplicando assim, de forma exponencial, a sua imagem pelo mundo.

Um set acústico, com todos os músicos na passadeira, que os deixou mais próximo do público, foi envolvida por luzes e uma bola de espelhos suspensa. “Send Me An Angel” foi um dos primeiros temas a abrir o coro de vozes, que terá atingido o plano em “Wind Of Change”. As baladas são bem recebidas, mas os músicos provam que ainda têm estrutura para tocar os seus temas mais duros, com espaço para os muito aplaudidos solos de guitarra. Mikkey Dee, o baterista também tem o seu tempo de protagonismo. Numa plataforma elevada, mostra o seu vigor e sozinho em palco, põe o público em delírio.

Os detalhes de cada atuação não são poupados e em “Big City Nights”, a guitarra de Rudolf Schenker descarrega fumo, enquanto ele circula por todo o palco.

A bandeira de Portugal é apresentada em ecrã de fundo, logo num dos primeiros temas do concerto, mas já em encore, os músicos fazem questão de se envolver nelas, demonstrando assim todo o agradecimento ao público português. Despedem-se com o maior dos clássicos: “Still Loving You”, seguido de “Rock You Like a Hurricane”.

Com mais de 50 anos de carreira, a banda mantém um nível de energia poderosa, com uma sonoridade pesada, mas cativante, nas suas atuações ao vivo.

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