O Campo De Chão Bom Estreia-se Em Grândola

O Campo de Chão Bom é o nome do espetáculo multidisciplinar, sobre o Tarrafal, que reúne em palco mais de 50 artistas, que estreia hoje em Grândola, às 21h00, no Parque de Feiras e Exposições.

O espetáculo, que junta teatro, dança, poesia, música ao vivo, artes circenses e vídeo, é da autoria da Jornalista Paula Torres de Carvalho e conta com direcção artística de Pascoal Furtado, e junta artistas cabo-verdianos, portugueses, guineenses e angolanos.

O Campo de Chão Bom relembra um tempo que é forçoso não esquecer, demonstrando por que motivo é tão relevante defender os valores essenciais de cidadania, a liberdade e a democracia, a que o nome de Grândola ficou, em boa hora, para sempre associado. Esta produção multidisciplinar, reúne em palco pessoas de nacionalidades diferentes, irmanadas num mesmo propósito, assumindo a cultura como um dos factores determinantes de inclusão e de recusa de qualquer tipo de discriminação.

A representação, “que sublinha o dever da memória”, foca-se “na história da segunda fase do Campo do Tarrafal, em Cabo Verde, quando foi reaberto em 1961 com o nome de “Campo de Trabalho de Chão Bom””.

Em palco vão estar mãos de 50 artistas de “diferentes géneros artísticos”, que vão “expressar o sofrimento e a resistência dos presos africanos que se opuseram ao regime do Estado Novo e que foram deportados para o Tarrafal”. É uma narrativa que “regista memórias da época anterior, entre 1936 e 1962, quando ali estiveram detidos antifascistas portugueses”.

Protagonizado por Manuel Estevão, o espetáculo conta ainda com as participações de António Luis Tomar, Anilson Silva, Augusto Fati, António Borges, Eurico Valentim Santos, Francisco Lopes, Nanny Lima, Livramento Rodrigues e Pedro Armada, e dos dançarinos Mava José, Mariana Teixeira, Inês Paiva, João Pataco, Iris Lima, Ricardo Reis, Pedro Wayne e Mafalda Rey.

A direcção musical é de António Barbosa, com música ao vivo com Sofia Carvalho (voz), António Lima, Armando Tito, Djone Santos, Lopes Blimundo e ainda o Coro Voz da Terra, dirigido por Heloísa Monteiro.

Esta é uma co-produção do  Município de Grândola e da Direção Regional de Cultura do Alentejo.

A entrada é gratuita, mediante reserva prévia dos bilhetes.

Depois de Grândola, a peça apresenta-se em Lisboa, no dia 9 de abril, no Centro Cultural de Carnide.

Autor:Texto de Elsa Furtado
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