NOS Alive 2018 – Rock E Muita Emoção No Segundo Dia De Festival

Reportagem de Tânia Fernandes e António Silva

NOS Alive 2018

As imagem do recinto, recolhidas por drone e projetadas nas grandes ecrãs, pelas dez da noite, davam conta de um tapete humano a cobrir o recinto. O segundo dia de NOS Alive 2018 voltou a ter ofertas para todos os gostos. Uma valente lição de rock com os Queens of The Stone Age, o pézinho de dança com os Two Door Cinema Club, a imersão no planeta de emoções dos The National e os novos ritmos de Portugal The Man ou Rag’n’Bone Man.

O caminho para o pórtico fez-se ao som de Amy Winehouse, pela versão dos Road 31. Um nome que encaixaria tão bem em qualquer um destes dias de cartaz. Entrar com tempo no recinto, é poder usufruir de todos os espaços que há para descobrir, no recinto. A Rua EDP permite um encontro com a vaidade, entre roupas, bijuteria, acessórios e até cosmética. 

Kaleo abriu o palco principal. A jovem banda islandesa toca um rock folk, com um toque de blues. Veio apresentar o álbum de estreia, com um conjunto de temas que foi cativando quem entrava no recinto. Do outro lado, assistia-se à estreia dos Sound Bullet. Esta foi a grande vencedora do EDP Live Bands no Brasil, apurada entre 1500 bandas que concorreram. Inspirados pelos Arctic Monkeys, criaram partir daí a sua própria sonoridade, dentro do indie rock. A banda é formada por Fred Mattos (baixo), Rodrigo Tag-ming guitarra), Henrique Wuensch guitarra) e Pedro Mesquita (bateria).

Cada passagem pelo recinto implicou um pezinho de dança no Clubbing. Nesta sexta feira, a curadoria esteve a cargo de Branko, o músico dos Buraka Som Sistema e da label Enchufada. Às 17h00 era o projeto XXII quem trocava discos.

A dupla de canadianos Japandroids subiu depois ao palco Sagres para uma dose mais pesada de rock. Hora de acordar quem se estendia pelo relvado sintético que nesta edição cobre a totalidade do recinto. Seguiram-se os Eels. Uma banda da velha guarda, formada em 1995. Os mais velhos podem-se recordar de “Novocaine for the Soul”, que tocaram. A banda é muito bem disposta, e foi hilariante a apresentação que Mark Oliver Everett fez dos músicos, a distribuir piadas sobre cada um deles. Trouxeram-nos ainda uma versão muito cool de “Raspberry Beret”, de Prince.

De volta ao rock, com uma imagem própria de quem gosta de rolar na estrada, os Black Rebel Motorcycle Club trouxeram o mais recente disco. ”Wrong Creatures” é o oitavo trabalho da banda. Tanto eles como depois os Blossoms acabaram por não conseguir despertar grande entusiasmo no público. Foi uma espécie de compasso de espera, agradável mas morno, para os grandes nomes da noite. 

No palco Sagres, a loucura entrava pela porta grande com os Yo La Tengo. É que a música toca-se com as mãos mas também com os cotovelos e com a cabeça… O público, em êxtase, acompanhou a banda de Ira Kaplan, Georgia Hubley e James McNew.

Segue-se outro dos nomes que fica no registo de melhores concertos do NOS Alive 2018: Portugal The Man. Mas só para quem conseguiu entrar na tenda, ou ficar suficientemente próximo para conseguir acompanhar a energia desta banda norte-americana que ganhou lugar no coração dos portugueses ao adotar o nome do nosso país. Foram recebidos como reis e heróis e retribuíram com música e mensagens escritas em português no ecrã. Sem surpresa, “Feel It Still” foi o ponto alto do concerto.

Na secção de portugueses wannabe há muito que constam os The National. Com uma entrada imponente, em videohall tivemos acesso às imagens de back stage da banda a chegar ao palco. A banda de Matt Berninger, Aaron Dessner e Bryce Dessner é recordista em concertos em Portugal e não se cansa de elogiar o público. Mergulharam a plateia do NOS Alive no ambiente The National e numa convulsão de emoções. Combinaram os temas do mais recente Sleep Well Beast com outras mais antigas. Ao público, pouca diferença faz. Conhecem bem todas e cantam em plenos pulmões. 

Matt Berninger é aquela figura que tanto se contorce em palco, encenando todas as palavras que compõem as canções, como sai palco fora para se juntar aos preferem assistir ao concerto da lateral, junto ao ponto de venda de cerveja. Não é o fato, que lhe dá um ar intocável, que o impede de mergulhar na multidão e levar banhos de bebidas. Gosta da proximidade com o público e de cantar frente a frente com os admiradores. Depois, tem atitudes imprevistas, como acabar o refrão, atirar o microfone para o público e virar costas na direção do palco.
A poesia cantada foi um pouco o que ouvimos aqui. Despediram-se com Mr. November, Terrible Love e About Today.

O rock mais puro voltou a este palco com os americanos Queens of the Stone Age. A banda de Josh Homem entrou ao som de “Singing in the Rain”, para  depois entrar a matar com um irónico “Feet Don’t Fail Me”, do mais recente álbum de originais Villains.
Passaram também por temas mais antigos como “No one Knows”, “Like a Millionaire” e “Go With The Flow”.

Ao mesmo tempo, Rag’N’Bone Man provava que é humano, mas um quase um super herói para quem assistia ao concerto. Era perceptível a forma incrédula como admirava a plateia enlouquecida. Agradecia, de forma muito sentida e demorava algum tempo a reagir ao barulho ensurdecedor que se fazia ouvir. O inglês trazia temas do seu álbum de estreia Human e fez a festa com um som mais eletrónico, com um toque de hip hop.

Seguiu-se outra banda repetente neste palco: Future Islands. Com muitos agradecimentos ao público, na opinião de Samuel T. Herring, o vocalista, o motivo para estarem a atuar ali, a banda de Baltimore provou mais uma vez a sua popularidade. Tocaram temas de The Far Field. “Ran” é já bem recebido, mas é com “Seasons” que se instala a loucura. A performance do vocalista, com a sua dança frenética e alucinada mantém-se igual e surpreendente.

Os Two Door Cinema Club abriram a pista de dança. Depois de abanar a cabeça com o rock dos Queens of The Stone Age, o público ainda tinha força – e muita – , para dançar e saltar ao som dos temas do trio de irlandeses. Habituais no NOS Alive, já tocaram nos dois palcos e continuam a saber conquistar o público. Impossível não mexer todo o esqueleto com as batidas de “I Can Talk”, “Are We Ready” ou “What You Know”.

Com um cenário simples, constituído por linhas de luzes, mantiveram o público com a sua simpatia e energia. Doze horas depois da abertura de portas já falta alguma força nas pernas, mas a felicidade é grande.

O ultimo dia de NOS Alive tem um nome que levou a que os bilhetes esgotassem em dezembro de 2017: Pearl Jam.

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