Noite pop encerra Rock in Rio Lisboa 2014

Reportagem de António Silva, Sara Santos e Tânia Fernandes
 
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Cause I don’t wanna lose you now
I’m lookin’ right at the other half of me
The vacancy that sat in my heart
Is a space that now you hold
Show me how to fight for now
And I’ll tell you, baby, it was easy
Comin’ back into you once I figured it out
You were right here all along
It’s like you’re my mirror
My mirror staring back at me
 

Foi com os ecos de “Mirrors”, o tema que fechou o Palco Mundo do Rock in Rio, que os fãs de Justin Timberlake abandonaram o recinto, visivelmente satisfeitos com a prestação do cantor que aqui fez a estreia em Portugal. Uma boa aposta da organização, para fecho desta maratona de rock, que trouxe à Bela Vista, este domingo cerca de 80 mil pessoas. A emoção perante um público tão efusivo também parece ter tomado conta de Jessie J, a estrela que brilhou antes de Timberlake.

No último dia, quando abriram as portas, era já grande a afluência ao parque da Bela Vista. Apesar do calor, as filas para as atrações e brindes pareciam ainda maiores. Última oportunidade para levar a tão desejada recordação da passagem pelo recinto?

O Palco Mundo abriu mais cedo, com presença da muito jovem Kika. Apesar das pessoas se concentrarem no topo do Parque a Bela Vista, a cantora dedicou-se de alma aos poucos que seguravam a barreira frente ao palco, seguramente para atuações mais tardias. Brindou-os com os seus êxitos “Guess It’s All right”, “Alive” e “Can’t Feel Love”. Fechou com a versão dos Jackson 5 de “I Want You Back”.

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Depois de ter atuado nas edições de 2004 e 2010, João Pedro Pais regressou ao Rock in Rio Lisboa. Muitos riffes de guitarra, aplausos das fãs e agradecimentos pela transmissão na radio e televisão do momento.Começou com “Fora do Vulgar” seguido do primeiro grande coro da tarde em “Não Há”. Conhecido no meio musical como o little Bryan Adams, tendo sido convidado pelo artista para fazer parte da sua digressão ibérica, em 2003, o músico trouxe desta vez “o amigo” Jorge Palma. Interpretaram “Frágil”, “Estás à Espera de Quê” e “Encosta-te a Mim” com grande reação do público que ia trocando a área de diversões pelo palco principal.

Enquanto isso, na Rock Street, em grande algazarra e animação, firmavam-se juras de amor eterno, entre uma conhecida jornalista da SIC e respetivo noivo. A cerimónia de casamento decorreu com grande emoção, reunindo não só os amigos e publico em geral, como todas as figuras de animação do espaço.

Mac Miller subiu ao palco depois das 20h00 e contava já com 65 mil pessoas no recinto, de acordo com a organização. Acompanhado pelo seu DJ Clockwork , o rapper veio substituir Nile Rodgers e os Chic que haviam cancelado a sua participação no RIR. Aproveitou bem a multidão, que aguardava a grande estrela da noite, e conseguiu ali fazer uma grande festa hip hop. Hábil na gestão do entusiasmo do público mais jovem, acabou por captar a atenção de todos e foi impressionante ver a multidão, de olhos fixos no palco, a acompanhar a música com os braços sempre no ar.

Uma Jessie J em fase de grande expansão da carreira passou pelo Rock in Rio onde provou todo o seu potencial. Voz poderosa com atitude ousada e provocadora (sem excessos) a cantora conquistou o público e verbalizou também a emoção sentida por tão calorosa receção. A verdade é que ela fez subir a temperatura dos que estavam mais próximos, com a reduzida roupa e poses sensuais. Entrou com “Sexy Lady”, “Domino”, “Calling All Hearts” e de seguida convidou todos para a festa com “It’s my party”. Pulou, cantou e dançou. Correu todos os cantos do palco e desceu ao nível do público, onde o contacto mais próximo com um jovem o deixou lavado em lágrimas. Agarrou um cachecol com a bandeira portuguesa e procurou retribuir toda a atenção conquistada com empenho profissional. Pelo meio, foi partilhando a emoção sentida com o público. Do orgulho de estar a abrir o concerto de Timberlake, da forma como ele a havia elogiado no início da carreira e como isso lhe consolidou a auto-confiança, e deixou o desejo (em jeito de recado) de, um dia, poder fazer um dueto com ele com o tema “Keep Us Together”. Impressionada com a multidão e pela forma como o público português estava a acompanhar o concerto, disse que Lisboa estava muito “into the show”. A todos dedicou “Laserlight”, o tema gravado em parceria com David Guetta em que repete “You make me feel Good”. Será que alguém lhe disse que sabíamos cantar muito bem o “Wonderwall” dos Oasis? A verdade é que Lisboa teve direito a uma segunda versão do tema. Despediu-se com “Price Tag”, o seu maior êxito.

A maioria dos que entraram no recinto, neste último dia, vinham para assistir à estreia de Justin Timberlake em palcos nacionais e não ficaram desiludidos. O artista começou com o volume do microfone quase apagado, mas o histerismo era tal que praticamente ninguém se importou. Acompanhado da sua competente banda, os Tennessee Kids, cantou, dançou e encantou durante cerca de duas horas. Herdeiro da tradição de Moonwalking, impressionou com coreografias perfeitamente sincronizadas com o corpo de bailarinos que o acompanhou. Michael Jackson foi também evocado em “Human Nature”.

Revelou-se emocionado, a admirar a quantidade de cabeças a perder de vista. “Obrigado Lisboa!”, repetiu várias vezes. Êxitos como “Rock Your Body”,“TKO”, “Cry Me a River”, “What Goes Around” e “Sexy Back “ preencheram a noite e incitaram os presentes, não só abanar corpo, como a dar uso pulmões (e aproveitar para expulsar algum pó…).

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Apesar de ter terminado a festa, no Parque da Bela Vista, a sensação é de que fechou com chave de ouro. Para o ano há mais Rock in Rio, desta vez do outro lado do Atlântico, com a estreia em Las Vegas.

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