Na Sala que Agora é Quarto é uma reflexão sobre três fases da vida de uma mulher solitária. O espetáculo inicia-se com a aparição de Lídia ainda jovem, protagonizada por Gabriela Santana, dançando no fulgor da sua juventude. Depois de colher um girassol, persegue-o, qual sonho colorido, para fora de cena. É a altura em que Lídia entra, na maturidade dos seus 45 anos mas com a irreflexão dos 20.
A atriz Ana Oliveira interpreta essa mulher em duas fases diferentes do seu desenvolvimento: na idade adulta e na velhice. Na idade da suposta maturidade, Lídia apaixona-se por um casaco de peles e jura a si própria fazer de tudo para o poder comprar. Nem que tenha de se esmifrar toda ou passar quatro meses a comer arroz branco e água. A cena muda, a música despe-se dos artefactos supérfluos e Lídia surge envelhecida e vestida com as memórias de uma vida falhada em várias linhas.
Com Ana Oliveira na interpretação, Gabriela Santana nas coreografias e António Gambóias na encenação e no desenho de luz, Na sala que agora é quarto revela-se um espetáculo pleno de surpresas, e que conta com a interação de mais um elemento: A música é de Éric Satie.
Reportagem de Paulo Sopa