Porque é disso que fala esta peça, da escola como “muito mais que uma casa bonita, e do papel da escola e dos professores como elementos fundamentais para descobrirmos o que queremos ser, explorarmos o que o mundo tem para dar e encontrarmos a nossa profissão, uma profissão que desperte o coração e que reflita a paixão que temos por viver”.
“Não importa o que vais ser, desde que o faças com querer”, é o verso inúmeras vezes cantado e que dá mote à peça. Quando For Grande Quero Ser… , em ante-estreia no passado sábado no Teatro Tivoli BBVA, com encenação de Carlos Arthur Thiré.
A parceria criativa com a LEGO© e o lema O futuro constrói-se peça a peça, não poderiam estar melhor espelhados: todo o ambiente nos transporta para o universo LEGO©, desde a magnífica cenografia e adereços conseguidos pela Clívia Cohen, às coreografias de Inês Afflalo que põem as personagens a mover-se tal e qual os bonecos coloridos que tão bem conhecemos. A direcção musical de Dino e Nuno Pires, em conjunto com as excelentes interpretações –só para ouvir o Francisco Rebelo de Andrade já vale a pena – trazem-nos canções e mensagens que nos ficam no ouvido.
A história passa-se numa pacata cidade “para lá do sol posto”, onde um engenheiro civil mandou encerrar a escola, que estava precisar de obras. De imediato a população fica em sobressalto, porque “a escola é o melhor que há e saber ler e escrever é o bem mais precioso” que podemos ter, nas palavras da Professora Arlete, que depressa trata de reunir a comunidade para encontrar uma solução.
O Joaquim, um menino que não sabe o que quer ser quando for grande, começa por não entender porque é que a escola é tão importante – “sem escola não tenho de me levantar cedo, e não temos TPCs”, afirma satisfeito – mas acaba por mudar de ideias no final, e perceber como ela representa o futuro da comunidade – e até o seu próprio futuro.
Depois de muitas peripécias entre várias personagens – os divertidos Sr. Armando e D. Criolina que tudo fazem para quem em vez da escola seja construído o seu novo supermercado – , o Sr. Cristóvão, pai do Joaquim e o homem mais rico da cidade, indeciso entre que investimento financiar, e a conversa das crianças sobre o que querem ser quando forem grandes, de otorrinolaringologista a engenheiro informático, médico, padeiro, astronauta, cabeleireira, pianista, taxista, carteiro –interagindo com o público para explicar cada uma destas atividades –a história chega ao seu desfecho: a inauguração da nova escola, celebrada por todos com muita alegria e animação.
“Peça a peça recheamos o mundo de mais amor, peça a peça construímos um futuro bem melhor”, cantam todos. No final, uma revelação: o narrador confessa que ele é o menino Joaquim, e que aquela história é também a sua, a de um menino que por causa da escola acabou por descobrir o que queria ser: professor.
Quando for Grande Quero ser… está em cena no Teatro Tivoli BBVA até 1 de fevereiro, todos os sábados, às 16h00, com sessões exclusivas para as escolas durante a semana.
Os bilhetes custam 10 euros e encontram-se à venda nos locais habituais.