Museu Nacional De Arte Antiga Reabre Com Nova Exposição De Julião Sarmento E Apresentação Dos Painéis de São Vicente

O Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, reabre no dia 18 de Maio e celebra o Dia Internacional dos Museus com uma nova exposição de Julião Sarmento, um concerto ao piano e um novo espaço de restauro da obra dos Painéis de São Vicente.

Em matéria de exposições, a Sala do Tecto Pintado vai receber, entre 18 de maio e 26 de julho, a nova exposição temporária A Linha que Fecha Também Abre, comissariada por João Pinharanda. Nesta mostra estão patentes cinco desenhos de Julião Sarmento, que são postos em diálogo com oito desenhos italianos do Renascimento, e sua extensão ibérica, selecionados do acervo do MNAA, atribuídos aos artistas Baccio Bandinelli, Luca Cambiaso, Corregio, Pontormo e Francisco Venegas. 

Nesta ‘linha que fecha mas também abre’, através da presença dos trabalhos contemporâneos de Julião Sarmento, quebram-se, de certa forma, as sequências temporais, temáticas ou estilísticas que se estabelecem entre os artistas pertencentes a uma cronologia e cultura comuns, neste caso o Renascimento, permitindo-se assim, a quem visita este universo, que se abram novos caminhos de múltiplos sentidos, entre passado, presente e futuro.

Além desta e da exposição permanente, será prolongada até 28 de Junho a estadia da obra convidada Calendário, do pintor flamengo do século XVI, Peeter Balten, que apresenta 12 pinturas com alegorias aos meses do ano, provenientes da Sé de Miranda do Douro (Piso 1/Sala 60 – Galeria de Pintura Europeia).

Lisboa como Capital Verde Europeia 2020 não está esquecida, e o MNAA associa-se a esta iniciativa. A partir do dia da reabertura, algumas das peças da coleção, da pintura à tapeçaria, vão ter uma tabela informativa com dados botânicos, que fazem parte do roteiro de representação botânica na Arte, e sempre que determinada obra contenha na imagem elementos vegetais relevantes, estes serão explicados num contexto artístico, revelando-se o seu significado simbólico, muitas vezes oculto para o visitante do século XXI.

Também nesta data, o Museu das Janelas Verdes apresenta pela primeira vez ao público a sua última aquisição – um desenho de Domingos Sequeira, um dos maiores artistas portugueses do século XIX. A obra Um Estudo para Camões foi adquirida em dezembro de 2019, em Paris.

Também a partir de 18 de maio, apresenta-se ao público o novo espaço para o restauro dos Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves.

Os Painéis vão ser alvo de um processo de restauro, a arrancar ainda durante este ano, e a prolongar-se até 2022, de forma faseada para que possam ser visitáveis, contando com a participação de conservadores do MNAA e uma equipa de consultoria internacional, onde se incluem membros da Universidade de Ghent (Bélgica), do Metropolitan Museu of Art (EUA), Museo del Prado (Espanha), entre outros. O projeto de restauro resulta de um protocolo mecenático, para três anos, assinado entre o Museu, a Direcão-Geral do Património Cultural e a Fundação Millennium BCP, envolvendo um apoio financeiro na ordem dos 225 mil euros. A partir de 18 de maio, o público terá a possibilidade de visitar o local onde decorrerá o processo de restauro dos painéis, devidamente vedado mas visível a quem visita, permitindo o acompanhamento dos trabalhos in loco, assim que estes arranquem durante o ano.

O museu preparou ainda um Concerto à porta fechada, em que só o pianista Pedro Emanuel Pereira estará no local – o público estará em casa a acompanhar a emissão em direto, a partir das 19h00, na Antena 2.

Autor:Texto de Ana Francisca Bragança
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