Museu do Chiado apresenta exposição de Daniel Blaufuks

Screen Shot 2014-12-12 at 01.36.41O Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado (MNAC) apresenta a exposição do artista visual Daniel Blaufuks Toda a Memória do Mundo, Parte Um, uma iniciativa que se enquadra na parceria SONAE/MNAC ART CYCLES.

A exposição inclui 46 obras inéditas e uma instalação, intitulada “Como Se”, que estarão patentes ao público até 22 de março de 2015.

Intimamente ligada ao projeto de doutoramento que tem desenvolvido na University of Wales, em Newport, a exposição que Daniel Blaufuks apresenta no MNAC – MC relaciona duas obras fundamentais de dois escritores de culto da literatura europeia e onde a ficção e a memória individual do Holocausto se confundem deliberadamente, por entre armadilhas, cruzamentos e citações que confundem o leitor na orientação narrativa e na exploração da memória nesse mesmo processo desencadeadas.

Centrada em trabalhos de composição de imagens fotográficas de diversas proveniências (técnicas e temporais), esta mostra parte de W ou le Souvenir d’ Enfance (1975), do francês Georges Perec, e Austerlitz (2001), o único romance do alemão W. G. Sebald, que já havia servido de inspiração a Blaufuks aquando do seu primeiro grande investimento e pesquisa sobre Terezín, pequena cidade fortificada, situada na atual República Checa e que recebeu o nome Theresienstadt durante a ocupação da Alemanha Nazi, na Segunda Guerra Mundial, tendo sido o único campo de concentração a ser visitado pela Cruz Vermelha Internacional, em 1944.

Partindo deste universo, a exposição intitulada Toda a Memória do Mundo, Parte Um, invade três diferentes espaços de comunicação e partilha expositiva do museu: uma sala de vídeo, com esse novo filme de mais de quatro horas sobre Terezín, uma biblioteca de consulta de obras relacionadas com o tema proposto – nas paredes desse espaço podem ver-se igualmente algumas fotografias de objetos – e, finalmente, uma ampla sala de exposição onde se apresenta um vasto núcleo de obras associadas a esta ideia e prática de um “atlas de imagens” sobre a memória – assumidamente inspirado na “iconologia do intervalo” de Aby Warburg – constituindo uma espécie de mapas visuais onde o artista procura, segundo as suas próprias palavras “seguir um percurso de formas diferenciadas de olhar, de variações sobre a mesma temática, colecionando e selecionando imagens de assuntos idênticos ou de palavras-chave similares e arranjando-as em formas visuais”.

A exposição de Daniel Blaufuks pode ser vista no Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, de terça-feira a domingo, das 10h00 às 18h00, e os bilhetes custam 4,50 euros (bilhete de entrada no museu).

Texto de Susana Sena Lopes

 

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