Museu De São Roque Apresenta Exposição Um Rei E Três Imperadores

A Galeria de Exposições Temporárias do Museu de São Roque, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), inaugura hoje a exposição Um Rei e Três Imperadores. Portugal, a China e Macau no Tempo de D. João V, para celebrar os 20 anos da transferência da soberania de Macau para a China, os 40 anos do estabelecimento de relações político-diplomáticas entre Portugal e a República Popular da China e os 450 anos da fundação da Santa Casa da Misericórdia de Macau.

Esta exposição, que tem Jorge Santos Alves como Curador, tem como objetivo mostrar as relações luso-chinesas na sua dimensão global, centrando-se na primeira metade do século XVIII – um dos períodos mais relevantes do relacionamento entre Portugal e a Europa, e a China.

Este período coincidiu com o reinado de D. João V (1706-1750) em Portugal e com os reinados de três imperadores chineses – Qing – Kangxi (1662-1722), Yongzheng (1723-1735) e Qianlong (1736-1795) – e é revisitado nesta exposição através de mais de 50 peças que mostram o modo como se processou a aproximação e o conflito entre os dois reinos.

A mostra apresenta peças pouco conhecidas do público e outras que serão mostradas pela primeira vez, estando organizada em quatro núcleos, divididos fisicamente na Galeria de Exposições Temporárias do Museu de São Roque.

O Primeiro Núcleo: O Tempo do Diálogo: D. João V e os Qing, é especialmente dedicado à dimensão político-diplomática. Esta fase corporizou-se com o envio da embaixada do imperador Kangxi a D. João V, em 1721, protagonizada pelo jesuíta António de Magalhães, e depois retribuída em 1725 pela embaixada de Alexandre Metelo de Sousa e Meneses ao sucessor e filho de Kangxi, o imperador Yongzheng. O final do reinado de D. João V assistirá, ainda, aos preparativos da última das grandes embaixadas portuguesas à corte dos Qing e que terá Qianlong como visado.

O Segundo Núcleo: Negócios, sociedades e companhias: o tempo do chá e da porcelana, trata da dimensão comercial-marítima do relacionamento entre a Europa e a Ásia (Macau, Costa do Coromandel e Bengala). As mercadorias chinesas (seda, porcelana e, cada vez mais, o chá, em boa parte comprados com prata amoedada ou em lingotes) eram crescentemente desejadas nos mercados europeus e nas colónias europeias, levando a novos hábitos de consumo e a novidades na cultura material quotidiana.

O Terceiro Núcleo: O Tempo dos Fascínios, Intercâmbios e Tensões, foca-se na dimensão cultural, cientifico-tecnológica e religiosa. Para além da cooperação científica, na qual pontificavam os padres-cientistas jesuítas, houve ainda a introdução na China da mais moderna tecnologia europeia (artilharia, relógios de mesa e primeiros relógios de bolso, instrumentos musicais e autómatos). Neste tempo, a religião cristã passava por um conturbado e aceso momento de debate interno, na chamada Questão dos Ritos, que dividia tanto a China, como a própria Europa.

O Quarto e Último Núcleo: Macau. O Tempo dos Novos Tempos, ocupa-se da dimensão de Macau, porto internacional de comércio. Macau viveu, na primeira metade do século XVIII, um tempo de reajustamento à dinastia Qing e ao aumento do controlo burocrático e político sobre a cidade, o que fez com que tivesse de se ajustar aos novos concorrentes europeus, nos mercados chineses e asiáticos em geral.

A exposição é de entrada livre e pode ser visitada até ao dia 5 de abril de 2020, às segundas-feiras, entre as 14h00 e as 18h00, e de terça a domingo, entre as 10h00 e as 12h00 e as 14h00 e as 18h00. Encerra nos dias 21, 23, 24 e 25 de dezembro de 2019 e no dia 1 de janeiro de 2020. E no dia 31 de dezembro, encerra às 12h00. As visitas são condicionadas às celebrações litúrgicas na Igreja de São Roque.

Autor:Texto de Ana Francisca Bragança
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