Museu Calouste Gulbenkian Apresenta Duas Novas Exposições

O Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa, apresenta duas novas exposições: Art on Display. Formas de Expor 1949-1969 e Call to Action / Abril em Portugal.

Em Art on Display. Formas de Expor 1949-1969 confronta-se o projeto original de design do museu, que teve em Franco Albini (1905-1977) um dos principais mentores, com outras soluções expositivas dos anos 50 e 60 adotadas em Itália, Reino Unido, Países Baixos e Brasil.

Os curadores Penelope Curtis e Dirk van den Heuvel identificaram sete “estudos de casos”, que correspondem a exposições permanentes de museus ou a exposições temporárias que ficaram na história da “arte de expor”.

São eles: a Primeira e Segunda Exposição Internacional de Arte Experimental (Cobra), Stedelijk Museum, Amesterdão (1949) de Aldo van Eyck; os Palazzi Bianco e Rosso, Génova (1951–62) da dupla Albini-Helg; o Palais des Beaux-Arts, Liège (1951) de Aldo van Eyck; o Museu Correr, Veneza (1957–60) de Carlo Scarpa; a exposição “Pintura e Escultura de uma Década 54-64”, Tate Gallery, Londres (1964) de Alison e Peter Smithson; Sonsbeek ’66, Quinta Exposição Internacional de Escultura, Arnhem (1966), de Aldo van Eyck; e o Museu de Arte de São Paulo (1968) de Lina Bo Bardi.

Com base nos projetos originais, foram construídas réplicas, em tamanho real, de aspetos destes “estudos de caso”, de modo a evocar o vocabulário expositivo de cada um deles. Estarão expostas cerca de oito dezenas de peças do Museu Gulbenkian, habitualmente nas reservas, que encontram equivalência nas obras que foram apresentadas originalmente em cada um destes projetos.

Esta exposição dará também a ver as diversas propostas pensadas para o Museu Gulbenkian, de modo a que o visitante possa estabelecer comparações entre os desenhos originais e as soluções concretizadas. Serão também mostrados maquetes e documentos dos Arquivos da Fundação Gulbenkian de outras propostas para o Museu que foram a concurso, com as respetivas soluções de design.

Fora do contexto original do Museu Gulbenkian, a exposição será apresentada no Het Nieuwe Instituut em Roterdão, em abril de 2020, aproximando-se, neste sentido, do objetivo desta exposição: permitir ao espectador refletir sobre a forma como a linguagem expositiva se posiciona entre a obra de arte e o observador e sobre o efeito que esta provoca na sua experiência estética.

A exposição pode ser vista até ao dia 2 de março de 2020, na Galeria Pincipal do Edifício Sede do Museu, à segunda-feira, quarta-feira, quinta-feira, sábado e domingo, entre as 10h00 e as 18h00 e à sexta-feira, entre as 10h00 e as 21h00. Encerra á terça-feira.

A entrada tem um custo de 5 euros, sendo gratuita para portadores de cartão de estudante, às sextas a partir das 18h00.

A Fundação Calouste Gulbenkian apresenta, ainda, a primeira exposição dedicada ao trabalho do designer britânico Robin Fior, que se mudou para Portugal na década de 1970 e onde acabou por viver durante 40 anos.

Call to Action/Abril em Portugal é, nas palavras da curadora, Ana Baliza, “uma exposição eclética”, que dá a conhecer o trabalho de um autodidata com “uma linguagem bastante livre: como ele nunca se agregou em termos formativos a nenhuma linguagem, acabou por conseguir navegar entre vários estilos”.

Quando Robin Fior (1935-2012) chegou a Lisboa em 1973 estava longe de imaginar que a Revolução de Abril aconteceria em menos de um ano. O plano era trocar o seu atelier de «vão de escada» e as escolas onde ensinava em Londres por uma formação de seis meses aos sócios da cooperativa PRAXIS. Trazendo consigo duas décadas de experiência como designer e militância pela esquerda marxista independente em Londres, Fior envolveu-se apaixonadamente na Revolução e nos seus movimentos, envolvendo-se no meio cultural e político português durante quatro décadas.

Esta exposição parte do seu espólio doado à Fundação Calouste Gulbenkian e reúne, pela primeira vez, o trabalho gráfico realizado por Robin Fior em Londres e Lisboa. Apresenta-se uma seleção de materiais desenhados entre as décadas de 1960 e 1980 para projetos socialmente comprometidos, como a campanha de desarmamento nuclear, a propaganda anticolonial e as iniciativas de grupos informais e libertários para a cultura, a saúde e o trabalho. Os objetos são complementados por comentários de «companheiros de estrada» que revelam as suas histórias e o contexto da sua produção.

Este conjunto, que mistura trabalho e afeto, põe em destaque a sensibilidade gráfica peculiar deste designer autodidata que humaniza o modernismo tipográfico através de experimentação com técnicas tradicionais de impressão e produção.

A exposição pode ser vista até ao dia 3 de fevereiro de 2020, na Galeria do Piso Inferior da Coleção do Fundador do Museu, de quarta-feira a segunda-feira, entre as 10h00 e as 18h00. Encerra à terça-feira. A entrada tem um custo de 3 euros.

Autor:Texto de Ana Francisca Bragança
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