Muse – Muito Mais Do Que Apenas Música

O Passeio Marítimo de Algés recebeu Muse de braços abertos no seu aguardado regresso em nome próprio a Portugal

Dezanove anos após o primeiro concerto em terras lusas, no Festival do Ermal, os britânicos Muse voltaram a Portugal para um concerto de apresentação do novo álbum Simulation Theory, lançado a 9 de novembro de 2018.

Se no último concerto em nome próprio da banda (no então Meo Arena, em 2016), o espetáculo estava focado nos drones que sobrevoavam o público – era esse o tema do álbum a ser apresentado, Drones – neste vimos o trio de Teignmouth, Matthew Bellamy, Christopher Wolstenholme e Dominic Howard, a voltar às suas origens com sons retro futurísticos do novo milénio, entre riffs de guitarra energéticos, que parecem saídos do espaço e uma atmosfera hollywoodesca onde não faltaram lasers, fatos com leds, um robot gigante em palco e efeitos visuais variados.

Os temas do novo albúm andam à volta do conflito entre homem e máquina, indo buscar inspiração a filmes como Blade Runner, representando a última esperança para nos salvar dos riscos da crescente automação.

O pontapé de saída deu-se pelas 21h30, quando já se sentia algum ansiedade por parte dos presentes. Com uma versão curta de “Algorithm”, a primeira música de Simulation Theory, Matt Bellamy surgiu num elevador debaixo do palco, acompanhado de dançarinos com fatos led tocando trompetes. De seguida ouviu-se “Pressure” – que foi recebida com cânticos do público.

Após músicas mais recentes como “Psycho”, “Break It To Me”, “Uprising” e “Propaganda” eis que chegou a mítica “Plug in Baby”, que levou o público a acompanhar a guitarra com palmas e provando que a letra ainda está bem presente na memória de todos os que marcaram presença no Passeio Marítimo de Algés. Neste concerto, o público teve ainda direito a ouvir temas mais aclamados e acarinhados como “Supermassive Black Hole” – do álbum Black Holes & Revelations de 2006 – e a mais recente “Thought Contagion” que mostrou já ter conquistado o seu lugar junto de outros hits.

Num concerto de quase duas horas, houve ainda tempo para brindar o público com “Hysteria”, “Bliss”, “Madness”, “Mercy”- com direito a canhões de confettis -, “Time is Running Out” e “Take a Bow”. No quadro de honra da noite ficou “Starlight” que conseguiu colocar o público a cantar em uníssono na sua totalidade. Aproveitando esse momento especial, Matt ergueu uma bandeira portuguesa o que levou a uma ainda maior ronda de aplausos.

É ao chegarmos a “Stockholm Syndrome” que temos um dos grandes momentos da noite. O robot que acompanha a banda nesta tour, ganhou vida e surpreendeu tudo e todos com a sua imponência, pairando sobre os artistas enquanto os mesmos tocavam. Entrando na última parte do espetáculo tivemos um medley de “Assassin” / “Reapers” / “The Handler” / “New Born” e para fechar nada mais nada menos do que “Knights of Cydonia”, com as notas de “Man with Harmonica” de Ennio Morricone, introduzida pela harmónica de Wolstenholme (baixista). Como já é tradicional nos concertos da banda britânica não faltou a clássica largada de balões para encerrar a noite.

O concerto fecha com uma ronda de aplausos e ouvem-se pedidos de músicas mais antigas como “Showbiz”, “Micro Cuts” e “Sing for Absolution”. Matt despede-se com “Obrigado Lisboa” e Dominic (baterista) com um carinhoso “Thank you for being a fantastic audience, we love you”, um amor recíproco, há quase 20 anos, no nosso país.

O concerto de Muse foi antecedido de Mini Mansions, pela primeira vez em Portugal, oriundos de Los Angeles. A banda Norte Americana apresentou, neste final de tarde, músicas mais antigas mas também um single do novo  álbum A Guy Walks Into a Bar– que irá ser lançado no dia 26 de julho. Nos quase 30 minutos de espectáculo, era possível ver grande parte do público em sintonia com a banda, dançando pelos espaços do recinto.

Seguiu-se Miles Kane (The Last Shadow Puppets), já conhecido do público português. O músico britânico puxou pela audiência através das suas músicas mais conhecidas (“Come Closer, “Don’t Forget Who You Are”) e das diversas interações que foi fazendo ao longo dos 45 minutos de concerto. Aproveitou também para dar a conhecer a sua nova música “Can You See Me Now” que foi bem recebida com palmas no final.

Com toda a produção inerente a este espectáculo, não restarão muitas dúvidas de que estivemos perante uma noite inesquecível quer para o público como para as bandas que marcaram presença neste dia 24 de julho. Fica a vontade de repetir este “encontro” numa data futura.

Autor:Por Joana Simões (Texto) / Fotos: Tiago Cortez // Everything is New
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