Muito Barulho Por Nada De Shakespeare Para Ver Nas Ruínas Do Convento Do Carmo

muito barulho por nada

O Teatro do Bairro apresenta nas Ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa, a peça Muito Barulho Por Nada de William Shakespeare, com tradução de Sophia de Mello Breyner Andresen e encenação de António Pires.

Much Ado About Anything – Muito Barulho Por Nada é uma das comédias mais conhecidas e encenadas de William Shakespeare, caracterizada pelo seu conjunto de enganos e desenganos, confusões (quase como em Sonho de Uma Noite de Verão) e críticas à sociedade e ao moralismo vigente na época (algumas delas ainda bastante atuais).

Do papel da mulher, ao casamento, ao sentido de honra, amor, amizade, fidelidade, inveja e traições, às aparências, tudo serve de ingrediente a Shakespeare, que mais uma vez retrata e crítica a sociedade, recorrendo a tempos idos e a outros países, neste caso Itália, e ao recurso aos deuses como desculpa para certos comportamentos, como por exemplo Cupido.

Nesta encenação, António Pires tenta ser o mais fiel ao texto do bardo inglês, inclusive no tipo de linguagem utilizada. Aqui, não há lugar para “modernices” (só na música). Os próprios atores, que dão o corpo às personagens, não saem muito da linha de orientação da peça. Não há grandes exuberâncias e o texto é um dos elementos principais.

Nesta comédia, nada é exactamente o que aparenta ser. A acção desenrola-se em Messina, capital da Sicília, e gira em torno da suposta quebra de castidade antenupcial de uma dama, de nome Hero, que, alegadamente, haveria consentido a um presumível amante o acesso nocturno ao seu quarto de dormir. Segundo normas e costumes vigentes, tal cumplicidade tornava-a indigna do noivado com Cláudio e, além de ter sido por ele repudiada no altar, a punição prevista podia atingir a pena capital, a menos que fosse esclarecida a sua inocência. Como veio a comprovar-se, a imputação de infidelidade de Hero, que merecera crédito até por parte de seus amigos e familiares mais próximos, derivava, afinal, do rancor e despeito de D. João, que não hesitara em recorrer à difamação, crime lesivo da honra e da reputação femininas. Uma vez desfeito o perverso equívoco, que a seguir dera azo a que se julgasse a jovem desaparecida e morta, a situação encaminha-se para o apaziguamento e harmonia finais, a que não faltam a punição da afronta e o prémio da virtude, num desfecho coroado pelo duplo enlace matrimonial da geração mais jovem, representada por Hero e Cláudio, a par de Beatriz e Benedito.

Em suma,uma comédia divertida, à velha maneira isabelina, para ver ao ar livre, nas noites de verão, no histórico Convento do Carmo, com as interpretações de André Marques, Carolina Campanela, Carolina Serrão, Eduardo Frazão, Graciano Dias, Gonçalo Norton, Hugo Mestre Amaro, João Barbosa, João Sá Nogueira, João Veloso, Mariana Branco e Mário Sousa, vestidos por Dino Alves.

A produção é da AR DE FILMES / TEATRO DO BAIRRO.

A peça é para maiores de 6 anos, tem cerca de 90 minutos de duração e pode ser vista se segunda a sábado, às 21h30, de 27 de julho a 20 de agosto, nas ruínas do Carmo (Museu Arqueológico do Carmo).

Os bilhetes custam 12 euros para menores de 25 anos e maiores de 65, e 16 euros para maiores de 25, e podem ser adquiridos no local, online e outros postos de venda habituais; e as reservas para o número: 91 321 12 63 (entre as 15h00 e as 20h00).

 

Autor:Texto de Elsa Furtado / Fotos de Vânia Marecos
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