MOTELX Regressa De 6 A 12 De Setembro

A 16ª edição do MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa está de regresso ao Cinema São Jorge, de 6 a 12 setembro com um programa dedicado a Paulo Branco e a apresentação de Os Crimes de Diogo Alves com música de Bernardo Sassetti.

O programa, desta edição, conta ainda com as estreias dos novos filmes de Dario Argento, Michel Hazanavicius e Frederico Serra, e a apresentação do livro o Quarto Perdido do MOTELX- Os Filmes do Terror Português (1911-2006).

Segundo a organização, “o festival este ano faz uma viagem geográfica e temporal pela melhor cinematografia de terror, com um grande destaque à produção nacional e no seu cruzamento com outras expressões artísticas, e alarga-se ainda a mais espaços da cidade, como o Teatro São Luiz, o Convento São Pedro de Alcântara e o Museu de Lisboa – Palácio Pimenta”.

Em destaque vai estar a estreia nacional de Final Cut (França, EUA, Japão, 2022), do realizador francês Michel Hazanavicius (The Artist). “Entre o terror e a comédia, trata-se de um remake de One Cut of Dead (Japão, 2017), protagonizado por Romain Duris e Bérénice Bejo, onde uma equipa em rodagem de um filme low budget sobre zombies é atacada por zombies reais”.

Outra estreia é a de Dark Glasses de Dario Argento, que o reúne novamente com a filha Asia e “que recupera as marcas autorais do seu legado”.

Um dos pontos altos da programação tem lugar na secção Quarto Perdido, em que se celebra Paulo Branco, o maior produtor de cinema português, com três filmes listados no livro que ainda não foram exibidos no Festival e de que foi responsável: O Convento (1995), de Manoel de Oliveira, O Fascínio (2003), de José Fonseca e Costa, e Coisa Ruim (2006), de Tiago Guedes e Frederico Serra. Uma homenagem que vai contar com a presença do produtor.

Destaque também para a  exibição do filme mudo Os Crimes de Diogo Alves (1911), de João Tavares – o primeiro filme de terror português com materiais fílmicos, que vai ser exibido no Teatro São Luiz, numa homenagem a Bernardo Sassetti (autor da música), numa parceria com a Casa Bernardo Sassetti, e cuja música vai ser interpretada em tempo real por um combo da Escola Superior de Música de Lisboa.

O programa conta ainda com as projeções de Holy Spider, de Ali Abbasi (França, Alemanha, Suécia, Dinamarca, 2022); Huesera, de Michelle Garza Cervera (México, Peru, 2022); Hunt, de Lee Jung-jae (Coreia do Sul) ou Wolfskin, de Jacques Molitor (Luxemburgo, 2022). À selecção oficial juntam-se os portugueses Criança Lobo (2022), de Frederico Serra, sobre uma lenda numa assustadora aldeia portuguesa; e ainda Os Demónios do Meu Avô (2022), de Nuno Beato, a primeira longa-metragem de animação stop motion feita em Portugal.

As Sessões Especiais, vão exibir A Praga (Brasil, 2021), uma cópia perdida e recentemente encontrada e restaurada, do “pai” do cinema de terror brasileiro, José Mojica Marins (1936-2020), e A Última Praga de Mojica (Brasil, 2021), de Cédric Fanti, Eugênio Puppo, Matheus Sundfeld e Pedro Junqueira, sobre o resgate deste filme inédito, do criador da personagem de culto Zé do Caixão (um agente funerário sádico que aterrorizou os espectadores a partir de 1964 com À Meia Noite Levarei Sua Alma).

Quanto às secções competitivas, o recém baptizado Prémio SCML MOTELX – Melhor Curta Portuguesa – o maior prémio monetário para curtas-metragens em Portugal – “continua a sua missão de estimular a emergente e cada vez mais presente cinematografia de terror nacional”, e traz como novidade o patrocínio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. A competição mais importante do Festival mostra 12 filmes a concurso, como Cemitério Vermelho (2022), de Francisco Lacerda, Matrioska (2021), de Joana Correia Pinto, Quando a Terra Sangra (2022), de João Morgado, e Uma Piscina (2021), de Carolina Aguiar.

O programa conta ainda com um dia especial FILMar – projecto operacionalizado pela Cinemateca Portuguesa e pelo fundo europeu EEA Grants, que visa restaurar e digitalizar cinema relacionado com o mar -, em torno da temática “Terror e Mar”, com retrospectivas e debates.

O aquecimento para o festival decorre de 1 a 3 de setembro, e inclui a projecção de O Fauno das Montanhas (Portugal, 1926), de Manuel Luís Vieira (1885-1952), com música interpretada ao vivo pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, no jardim do Museu de Lisboa – Palácio Pimenta; uma experiência sonora e visual imersiva em torno do imaginário do filme Nosferatu (Alemanha, 1922), de F.W. Murnau, no Convento São Pedro de Alcântara. E ainda uma sessão de cinema ao ar livre, no Largo Trindade Coelho, com o filme What We Do in the Shadows (Nova Zelândia, 2014), de Jemaine Clement e Taika Waititi.

Até 1 de agosto, ainda é possível submeter curtas até 2 minutos, feitas em telemóvel, tablet ou webcam, para a secção microCURTAS.

Autor:Texto de Elsa Furtado
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