MEO Marés Vivas – Dia 2: O Monstro (Ainda) Precisa de Amigos

Reportagem de Rosa Margarida (Texto) e Paulo Soares (Fotos)

Surpresas, surpresas – e mais surpresas, pautaram o segundo dia do MEO Marés Vivas: a agradável descoberta dos Don Broco, o aniversário de Carlão, a falha elétrica que interrompeu o espetáculo dos Mando Diao, o dueto de Manuel Cruz e Carlão e o inolvidável regresso dos Ornatos Violeta.

20 anos separam a edição de O Monstro Precisa de Amigos, segundo e último álbum de originais dos Ornatos Violeta. 20 anos e…parece que foi ontem! As canções intemporais de Manel Cruz (voz), Nuno Prata (baixo), Peixe (guitarra), Kinörm (bateria) e Elísio Donas (teclados) marcaram uma geração e continuam a apaixonar as gerações mais novas. A prova – se necessário fosse – está no “mar de gente” do MEO Marés Vivas, na segunda noite do festival.

Depois de atuar no Alive, a banda pontuou o momento alto da noite no Marés e (quase) duas horas de espetáculo souberam a pouco – os festivaleiros continuaram a pedir mais.

Pouco passava da meia-noite e a ovação à banda antecedeu o “Um Crime à Minha Porta”. “Tanque” e “Para nunca mais mentir” foram os temas que se seguiram, cantados a uma só voz, com os festivaleiros rendidos à inesgotável energia de Manuel Cruz. As letras entoadas de cor por um público de todas as idades – alguns a rememorar instantes vividos, há 20 anos, ao som de Ornatos, outros, em êxtase, pela (rara) oportunidade de ver e ouvir banda ao vivo.

Os primeiros versos “Ouvi dizer / Que o nosso amor acabou / Pois eu não tive a noção do seu fim” do tema “Ouvi Dizer” levaram a multidão ao rubro. O tema de maior sucesso de “O Monstro Precisa de Amigos” foi cantado e celebrado a uma só voz.

Carlão subiu ao palco para declamar o último verso do tema:

A cidade está deserta
E alguém escreveu o teu nome 
Em toda a parte
Nas casas, nos carros
Nas pontes, nas ruas
Em todo o lado essa palavra repetida 
Ao expoente da loucura
Ora amarga, ora doce
Para nos lembrar que o amor é uma doença
Quando nele julgamos ver a nossa cura

Quanta poesia “cabe” numa canção?! O público definitivamente rendido a Ornatos.

Os “F***-se” e “c******”, que nas palavras de Manuel Cruz, “combinam muito bem”, à míngua de outras palavras, foram pouco para explicar a incrível  e memorável noite, que se escrevia, ao som de “Chaga”, “Capitão Romance”, “Pára-me Agora”…

Quatro encores e os festivaleiros queriam mais… o regresso, quatro vezes, ao palco, foi festejado com temas como “O.M.E.M”, “Como Afundar” e “Raquel”.

Um (re)encontro que promete ficar na memória dos muitos que ontem fizeram do MEO, o festival de verão a Norte. O adeus (até quando?), como não poderia deixar de ser, foi escrito por Manuel Cruz: “Opá, obrigado, f***-se!”.

Don Broco, Carlão e Mando Diao “aqueceram” a noite

Ainda o sol brilhava e “as honras da casa”, no Palco Principal, foram feitas pela grupo britânico Don Broco. A banda de rock alternativo e pop-rock, liderada por Rob Damiani, trouxe ao MEO uma energia contagiante e foi uma agradável surpresa para muitos festivaleiros. 

A festa, seguiu-se em português, com Carlão e Entretenimento?. A abrir o espetáculo, Carlão e Bruno Ribeiro, com o tema homónimo. Seguiram-se “Agulha no Palheiro” e “#Demasia”. No alinhamento “Na Batalha”, “Contigo” e “Viver para sempre” foram reunindo os festivaleiros junto ao palco, que soltaram a voz ao som de “Os Tais”. Em dia de aniversário, Carlão foi surpreendido com os votos de “Parabéns” em letras garrafais.

Vasco Palmeirim e Pedro Ribeiro, da Rádio Comercial, subiram ao palco, pelas 21h45, para o Hino do MEO Marés Vivas.

A banda sueca de rock alternativo, Mando Diao, tentou agitar as marés, mas o concerto ficou marcado por vários problemas técnicos que levaram a uma paragem de mais de meia hora, ainda a banda estava em palco há pouco mais de 15 minutos. Ainda assim, a banda liderada por Björn Dixgård regressou ao palco, depois de ter passado pelo fosso para falar com os fãs. O espetáculo pontuou-se pelos temas do último disco Good Times, de 2017 e por uma viagem pelos temas de maior sucesso.

Hoje, o cabeça de cartaz desta edição, Sting, regressa ao festival, volvidos dois anos. O Palco MEO recebe ainda HMB, Mocheeba e Tiago Nacarato. Nos restantes palcos Biya, Maria Bradshaw, Tainá, Domi, Bispo e DJ Oder. No palco RTP comédia os humoristas Pedro Neves, Paulo Baldaia, Nuno Lacerda e David Santos.

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