São 85 obras, todas, sem excepção, as que estiveram envolvidas em polémica nos últimos anos, e que agora se dão a ver e conhecer a partir de hoje, na Galeria do Rei D. Luis I no Palácio Nacional da Ajuda em Lisboa, na mostra Joan Miró: Materialidade e Metamorfose, comissariada por Robert Lubar Messeri.
Depois de vários meses em exposição na Fundação de Serralves no Porto (onde estiveram em exposição apenas 78 obras), sempre com grande afluência de público e local onde vão ficar depositadas depois desta mostra, as obras do artista catalão (considerado como um dos grandes artistas do século XX) apresentam-se em Lisboa, aqui na sua versão completa e com nova apresentação, pois o espaço a isso o permite.
Inclui seis pinturas da série sobre masonite de 1936, desenhos e outras obras sobre papel, pinturas com suportes distintos, uma escultura, colagens, várias pinturas murais, seis sobreteixims (tapeçarias) de 1972 e 1973 e uma das telas queimadas, de uma série de 5, criada para a retrospetiva de Miró no Grand Palais de Paris, em 1974.
Mais uma vez, a mostra é comissariada pelo especialista mundial na obra de Miró Robert Lubar Messeri, mas em Lisboa o projeto expositivo é da responsabilidade de João Herdade, arquiteto da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).
As 85 peças estão expostas ao longo de 700 metros quadrados, distribuídas por várias salas, seguindo uma linha temática e não cronológica, permitindo uma nova leitura e associações entre as peças.
Na primeira sala a Tela Queimada, de 1973, recebe os visitantes, aqui é possível encontrar um resumo de seis décadas de trabalho de Miró. As salas seguintes apresentam obras significativas na sua obra, tal como a criação de uma linguagem de signos, dos anos 20 aos 60, a Metamorfose, apresentada não apenas nas mudanças das figuras usadas mas também nos objectos, desde a colagem, à pintura e aos têxteis.
Numa sala própria, encontram-se quase todas as obras que não foram apresentadas em Serralves (peças mais pequenas, em papel, criadas nos anos 1960 e 1970).
E na última sala é possível ver obras dos anos 70, que remetem para o início da exposição (inclusive há uma ligação entre as salas), aqui, encontram-se entre outras peças os sobreteixim (palavra inventada a partir da palavra catalã sobreteixit, sobretecido).
A exposição é organizada conjuntamente pelo Ministério da Cultura, através da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), e pela Fundação de Serralves.
A mostra vai estar patente na Galeria do Rei D. Luis I, no Palácio Nacional da Ajuda, a partir de hoje e até 8 de janeiro de 2018, e pode ser visitada de quinta a terça feira, das 10h00 às 18h00. Os bilhetes para visitar a exposição custam 10 euros e o bilhete combinado com entrada no palácio Nacional da Ajuda custa 13 euros. De referir ainda que, como se trata de uma exposição temporária, a mostra não está abrangida pela gratuitidade do primeiro domingo de cada mês.